O tradicionalmente sereno Conrado Engel, presidente do HSBC no Brasil, torna-se enfático quando questionado sobre o destino da financeira Losango, adquirida em 2003. “Nada está à venda, a Losango é estratégica para os nossos negócios”, diz. Ao comentar, na terça-feira 6, os resultados de 2011, que apresentaram um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão pelos padrões contábeis brasileiros, Engel disse que a financeira vai permanecer nas mãos do HSBC, apesar de sua estratégia no Brasil agora privilegiar a alta renda e os negócios com empresas – principalmente as de médio e grande porte. Segundo Engel, o HSBC começou a reestruturar seus negócios focando na manutenção de elevados índices de liquidez e capitalização.
Conrado Engel, presidente do HSBC no Brasil: "Nada está à venda"
Menos alavancado que os concorrentes, o banco atravessou a crise sem precisar de ajuda do governo. No entanto, essa estratégia conservadora reduziu a rentabilidade, forçando o HSBC a redesenhar seus negócios. No Brasil, o foco na expansão foi trocado pela concentração nos negócios mais rentáveis. No caso das pessoas físicas, clientes que ganham mais de R$ 4 mil por mês, capazes de comprar produtos. No lado dos clientes corporativos, negócios como repasses do BNDES e empréstimos ao comércio exterior, menos arriscados. “Nossa rede de agências e postos está em 560 municípios que representam 90% do PIB”, diz o presidente. “Com essa estrutura conseguimos atender os clientes das classes A e B, que vêm crescendo 30% ao ano.”
Colocar essa estratégia em prática forçou o HSBC a abrir mão de alguns negócios, como a venda de empréstimos consignados por meio de agentes autônomos e o financiamento a veículos usados nas revendas. “São negócios de competição acirrada, com margens estreitas e comissões crescentes, além de uma inadimplência que começou a subir no ano passado”, diz Engel. Essas operações agora só estão sendo fechados nas agências, sem intermediários. “Por isso a Losango é fundamental”, diz Engel. “Por meio dela financiamos empresas e conseguimos novos clientes, por exemplo os assalariados dessas companhias.”
Fonte: Isto é Dinheiro
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