Bem vindo!

"...É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a Fracassos e Derrotas, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, pois vivem em uma penumbra cinzenta tão grande que não conhece vitória nem derrota...."

(..Theodore Roosevelt..)

Que Deus nos abençoe!

“A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns.”

(Abraham Lincoln)

terça-feira, 26 de março de 2013

Inadimplência cai, mas taxas de juros cobradas pelos bancos sobem


A taxa de inadimplência das famílias caiu pelo quinto mês seguido. Passou de 5,5% para 5,4% em fevereiro. Esse são os dados do novo tipo de cálculo feito pelo Banco Central desde o mês passado. A diferença é a inclusão de todo o tipo de crédito na conta. Antes, o BC calculava o nível de calote da pessoa física apenas sobre os recursos que os bancos tinham liberdade para emprestar como desejavam. O crédito direcionado estava fora dessa proporção. Mesmo com a queda da inadimplência, a taxa de juros cobradas pelos bancos subiu.
Segundo a autoridade monetária, a média dos juros cobrados das famílias subiu pelo segundo mês seguido. Aumentou de 24,7% ao ano para 24,9% ao ano no mês passado. Para o BC, a alta foi sentida principalmente no crédito pessoal e no cheque especial.
No entanto, o percentual de operações com atrasos superiores a noventa dias das empresas ficou estável em 2,3%. A taxa média geral de juros cobrados pelos bancos para as pessoas jurídicas também ficou estável em 14% ao ano, em fevereiro.
O saldo total de crédito do sistema financeiro alcançou R$ 2,4 trilhões em fevereiro: um aumento de 0,7% no mês e de 16,8% em doze meses. De acordo com a autarquia, o resultado mensal refletiu a maior demanda de recursos pelas empresas. O crescimento dessas operações registraram foi de 0,9%. Já os empréstimos destinados às famílias tiveram um incremento de 0,5%. A relação entre o crédito e o Produto Interno Bruto (PIB) manteve-se estável em fevereiro relativamente ao mês anterior em 53,4%.
Entretanto, as concessões de crédito, que correspondem aos desembolsos realizados no mês, caíram 5,1%. Para o BC, a queda justifica-se por causa do número de dias úteis. Foram assinados novos contratos de crédito que somam R$ 254 bilhões em fevereiro. As concessões a pessoas físicas recuaram 7,9% principalmente nos cartão de crédito à vista e aquisição de veículos. Entre as empresas, a queda foi de 2,1% decorreu vista, principalmente nos desembolsos relativos a financiamentos para investimento com recursos do BNDES.

Fonte: O Globo

A redução da participação da indústria na economia.

A redução da participação da indústria na economia é irreversível. Entender as mazelas no setor de serviços é fundamental para o país

A importância da indústria na economia nunca mais será como antes. Adotar políticas para tentar recuperá-la é lutar contra as forças da "natureza" e contra o inevitável. A maior preocupação deve ser com a produtividade do setor de serviços.

A participação da indústria no PIB no Brasil cresceu de 36% na década de 60 para 45% nos anos 80, quando atingiu o seu ápice. De lá para cá, a sua importância declinou e fechou 2011 com 28%. No mesmo período, o peso da agricultura caiu de 16% para 5% e a estrela em ascensão é o setor de serviços (de 45% para 67%).

Esse processo de transformação estrutural e secular está em sintonia com o verificado na América Latina e no mundo. Ele tende a ocorrer mais tardiamente em países em desenvolvimento, mas com uma velocidade mais rápida.

No caso brasileiro, o ritmo da queda da indústria foi significativo. Do auge dos 80 até o final da década passada, somente 20 países tiveram uma redução no share (participação) da indústria superior a dez pontos percentuais (comparando a média das décadas), sendo o Brasil (-17%) o oitavo da lista. A Bulgária (-30%) lidera. Reino Unido (-14%), África do Sul (-12%) e Austrália (-11%) também estão presentes. O fato é que o Brasil hoje tem um share próximo aos 26% de alguns países ricos.

É pouco provável que ocorra um retrocesso, porque, à medida que a população fica mais rica, ela passa a demandar relativamente mais serviços, em vez de realizá-los por conta própria. E como na indústria o crescimento da produtividade é superior ao dos serviços, é necessária uma fração cada vez menor de trabalhadores empregados no primeiro setor. Os que ficam ociosos são direcionados para o segundo.

De fato, desde a década de 70, somente 21 países registraram um aumento superior a três pontos percentuais da participação da indústria no PIB em uma década -após uma queda na anterior.

Dessa lista, fazem parte nações bem diferentes do Brasil: oito países que, como a Arábia Saudita, têm participação significativa do petróleo na economia e são, por isso, vulneráveis aos preços no mercado internacional; seis países pobres da África, como Serra Leoa, envolvido em conflito interno; e sete países com população igual ou inferior a 1,5 milhões de habitantes, como Suriname. As exceções são México e Peru, cujas indústrias historicamente têm participação de cerca de 30% e registraram aumentos em torno de quatro pontos percentuais na primeira década deste século.

Não seria surpresa, portanto, se o share da indústria brasileira continuasse em torno do atual patamar ou caísse nas próximas décadas na direção do patamar de países desenvolvidos como Grã-Bretanha (24%), Estados Unidos (22%) e França (21%).

Esse processo vem com um custo e um perigo. O custo é decorrente do fato de a produtividade agregada de um país ser o resultado da média ponderada dos três setores da economia. Como a produtividade da indústria é maior do que a de serviços, além de crescer mais rapidamente, a mudança da força de trabalho para o setor de serviços tende a reduzir a produtividade total da economia e, por conseguinte, o seu potencial de crescimento.

Já o perigo consiste em tentativas de frear o processo de transformação setorial, para evitar o potencial custo, e defender a indústria por meio de políticas públicas: proteção tarifária, isenções fiscais, desonerações trabalhistas e juros subsidiados, dentre outras. O tiro tende a sair pela culatra, pois a produtividade agregada termina sendo menor do que poderia ser, dada a dificuldade em saber exatamente quais empresas incentivar. Ademais, lutar contra as forças da "natureza" é inócuo.

O foco deveria estar em soluções para aumentar a produtividade dos serviços. O fato desse setor não ser aberto à competição internacional e ser intensivo em mão de obra, que é pouco qualificada no Brasil, pode explicar parte do atraso. Já que a indústria é passado, então, entender melhor a natureza das mazelas nos serviços é fundamental para o país.

Fonte: Folha de S. Paulo

Impostos são 1/3 do valor do ovo de Páscoa


Se colocarmos na ponta do lápis, os tradicionais ovos de páscoa dificilmente apresentarão uma boa relação custo/benefício, tendo em vista que seus preços costumam ser consideravelmente superiores ao que é cobrado normalmente nas barras de chocolate. Essa diferença pode ser explicada pela demanda que os itens possuem durante o período festivo, mas o que acaba pesando mesmo no bolso do consumidor são os impostos que recaem sobre os produtos e que representam até 32,25% do valor final.

A informação é de uma pesquisa da empresa de consultoria e auditoria, BDO, que mostrou quanto os tradicionais produtos de Páscoa custam em impostos. Ainda de acordo com o estudo, o índice registrado nos ovos de chocolate - que representa quase um terço do valor do produto - só não é maior do que o dos vinhos, que foi de 47,25%. O bacalhau e o azeite também se destacaram negativamente, já que apresentaram, os dois, um percentual de 27,25%

Recorde na arrecadação

A pesquisa da BDO com os produtos da Páscoa é apenas mais uma forma de evidenciar a quantidade de impostos que paga o brasileiro. Para se ter uma ideia, somente no primeiro mês do ano, o governo recolheu R$ 116,066 bilhões em impostos e contribuições, com destaque para o pagamento dos tributos que incidiram sobre o lucro obtido pelas empresas no ano passado, sobretudo as instituições financeiras.

O resultado significa um crescimento real de 6,6% em relação a janeiro do ano passado, quando a arrecadação tinha atingido uma marca histórica ao superar, pela primeira vez, os R$ 100 bilhões em um mês.

"O resultado de janeiro é explicado pela maior arrecadação do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), com peso bastante relevante da antecipação do pagamento das parcelas do ajuste anual de 2012", explicou o secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto.

Lucro puxa

O secretário comentou ainda que foi a arrecadação de tributos sobre o lucro, e não sobre a produção, que contribuiu para o volume recorde de janeiro. Ele destacou que tanto em dezembro de 2012, quanto no primeiro mês deste ano - se comparados a seus respectivos meses de anos anteriores -, houve queda da produção industrial no País. "A produção não teve relevância sobre esses tributos", afirmou.

O aumento do valor em dólar das importações, que reflete nos tributos sobre produtos comprados no exterior, e a alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para cigarros também reforçaram os números.

Desonerações

O resultado de janeiro só não foi melhor porque a arrecadação de muitos tributos registrou queda em relação ao mesmo mês do ano passado em função das desonerações promovidas pelo governo federal. Entre os benefícios estão as mudanças sobre a folha de salários, a diminuição do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis, a redução a zero da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) que incide sobre os combustíveis, e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas físicas. 

Fonte: Diário do Nordeste

quarta-feira, 20 de março de 2013

Economistas e representantes de entidades não acreditam em reforma tributária

Todo mundo sabe, inclusive o governo, que o Brasil precisa de uma reforma tributária de verdade. Mas ela não vai sair porque mexe com interesses diversos e depende de um pacto entre União, estados e municípios. A saída são medidas pontuais e temporárias como as desonerações recentes de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), da folha de pagamento e dos impostos da cesta básica. É mais ou menos isso o que pensam economistas e representantes de diferentes entidades ouvidas pela reportagem da FOLHA. 

"O que o governo vem fazendo são remendos. Estamos chegando ao limite da exaustão do sistema tributário brasileiro. Esse sistema provoca disfunções e desorganização na atividade econômica", afirma o coordenador do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Maurílio Schmitt. Apesar disso, segundo ele, a reforma não virá. "Ainda mais neste momento que estamos: na antessala das eleições", justifica. 

De acordo com Schmitt, as desonerações da folha de pagamento representaram um avanço para as indústrias que exportam. Em vez de 20% de INSS sobre os salários dos empregados, as empresas passaram a contribuir com alíquotas que vão de 1% a 2% do faturamento. O economista da Fiep explica que, como a legislação isenta as exportações, as indústrias conseguem agora retirar também os encargos trabalhistas da produção que vai para o exterior. "Na hora de fechar a apuração do mês, segrega-se os faturamentos resultantes das vendas internas e externas", afirma. 

Para o mercado interno, segundo ele, o impacto da mudança é pequeno, quando não representa desvantagem. "As indústrias intensivas em mão de obra passaram a pagar menos, só que esta diferença não é tão expressiva como se imagina. Já as que são muito automatizadas não levaram vantagens. Em alguns casos, estão pagando mais", garante. 

Economista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcelo Curado diz que o País precisa de uma "desoneração horizontal para toda a economia, que promova a redução da carga tributária bruta", que hoje é uma das maiores do mundo, chegando a 35% do Produto Interno Bruto (PIB). 

Segundo ele, as medidas do governo da presidente Dilma Rousseff nada têm a ver com reforma tributária, ainda que fatiada. "O governo usa o instrumento tributário como mecanismo de política fiscal a curto prazo", alega. Prova disso, de acordo com ele, foram as reduções do IPI dos automóveis e da linha branca, que já está sendo recomposto nas alíquotas anteriores. "O governo faz assim: se precisa acelerar um determinado setor, ele desonera. Se precisa controlar a inflação, desonera. Não existe uma política planejada e consistente", opina. Para o professor, da mesma maneira que tem feito para acelerar a economia, o governo irá retirar as desonerações quando precisar segurá-la. 

Ele admite que fazer uma reforma tributária é uma tarefa "muito complicada" porque não depende só do presidente, mas também de governadores e prefeitos. "Quando se mexe com tributação, você está mexendo com interesses diversos e muito difíceis de conciliar", declara. Apesar disso, afirma que cabe ao governo federal liderar o processo da reforma, se articulando com as autoridades estaduais, municipais, empresários, trabalhadores e parlamentares. 

Curado lembra que Dilma defendeu a reforma no início do governo. "Havia uma proposta de criação de um imposto único que morreu na praia. O governo não irá implementá-la", acredita. 

Fonte: Folha web

segunda-feira, 11 de março de 2013

Desacelere a vida profissional para preservar a sua saúde

O susto que Elísio João Viciana e Rosângela Ojuara tomaram mudou radicalmente suas vidas. Estresse, sedentarismo e alimentação desregrada os levaram a ter problemas de saúde e, consequentemente, a repensarem sua forma de encarar a vida profissional. Aos 25 anos, Viciana quase teve um enfarte. Mesmo seus pais terem tido problemas coronários, o executivo, que hoje é vice-presidente da Mapfre Investimentos, trabalhava 16 horas por dia, não praticava atividades físicas e quase todos os dias comia fast food em sua mesa do escritório. “A busca pelo sucesso e pelo bônus anual os estimulava a seguir essa rotina. Achava que lazer era perda de tempo”, lembra Viciana, que ficou oito anos sem sair de férias. Desde o episódio, o executivo mudou sua alimentação, passou a praticar atividade física e a viajar em suas férias. Ele não chegou a se afastar da gestora de recursos para qual trabalhava — e administrava R$ 4,5 bilhões de terceiros —, mas mudou radicalmente sua postura. "Busquei melhorar minha alimentação, principalmente no que diz respeito à qualidade dos alimentos. Também passei a frequentar a academia três vezes por semana e busquei reduzir o ritmo frenético do trabalho, embora este último tenha sido mais difícil”, diz.

O executivo, hoje com 39 anos, mantém até hoje a rotina que adotou desde os 25 anos. “Se pudesse dar um conselho aos profissionais que buscam, a qualquer custo, sucesso e retorno financeiro é: tenha mais equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal. Você pode até ver o resultado no curto prazo, porém o prejuízo no longo prazo, principalmente no que diz respeito à saúde, pode ser grande”, sugere. Já Rosângela se alimentava bem e praticava exercícios físicos regularmente. Porém, seu "calcanhar de Aquiles" era o estresse e pressão que sofria por resultados. “Certa vez, estava fazendo exercícios e meus batimentos cardíacos foram a 200 por minuto. Me levaram ao hospital e o médico me disse que o caso era grave e que precisaria operar. Não dei ouvidos. Consultei mais dois especialistas que disseram o mesmo. Um deles, inclusive, disse que se não o fizesse teria só mais um mês de vida”, lembra.

Demissão

Rosângela tinha um problema congênito no coração, agravado pelo estresse.Otrauma a fez pedir demissão mesmo estando afastada do trabalho por três meses. Foi então que ela decidiu virar coaching. “Continuo fazendo absolutamente tudo o que fazia antes. Porém agora meus horários são flexíveis”, diz, ponderando que quando a mudança de vida é muito radical, a pessoa precisa saber que se privará de algumas coisas e se poupará de outras. Especialistas dizem que casos como os de Elísio e Rosângela são mais comuns do que imaginamos e, para evitá-los, é preciso alguns cuidados. “As pessoas têm a ideia de que o tempo precisa ser aproveitado ao máximo e, consequentemente família, amigos e até a própria saúde ficam de lado”, alerta Antonio Carlos Till, diretor-médico da clínica Vita Check-Up Center, lembrando que muitas vezes um susto, seja com ele ou com pessoas próximas, é sempre um fator motivador de mudanças.

Andrea Sette, clínica geral da Rede D'Or São Luiz diz que é preciso praticar atividade física, de três a quatro vezes por semana e alimentar-se adequadamente, ou seja, reduzir a ingestão de alimentos processados, refrigerante e frituras. “A primeira medida é entender os fatores que levam ao enfarte e ao acidente vascular cerebral (AVC) e evitá-los, já que são os problemas mais graves, e mais comuns, de executivos de alta liderança”, afirma. Para os que já sofreram algum tipo de problema, os cuidados passam a ser ainda mais intensos, e as visitas aos médicos constantes. “A vigilância é permanente”, diz o diretor-médico da Vita Check-Up Center. 


Fonte: Brasil Econômico

Falta de gestão profissional é entrave para voos mais altos

O Brasil é hoje uma potência econômica, apesar do pibinho de 2012. Ainda falta muito para eliminar a miséria, mas temos desemprego baixo. Mas como alcançar novos patamares econômicos?

É preciso incrementar, obviamente, a infraestrutura, seja na área de transportes e energia, seja na de educação.

Existe muito dinheiro de bancos e fundos de investimento à disposição de bons empreendimentos privados ou não. Mas tudo é muito lento ou não acontece de maneira totalmente eficiente. Então, qual é o problema?

O Brasil tem profissionais entre os mais reconhecidos no mundo em engenharia e medicina. Mas não é possível dizer o mesmo de administradores e de contadores.

Nos Estados Unidos e em países da Europa, esses profissionais são reverenciados. É claro que temos excepcionais representantes dessas áreas no Brasil, mas há também um imenso amadorismo, com alto custo.

Por que empresas pequenas, e mesmo grandes (inclusive bancos), fecham tão cedo? Quantas se tornam altamente endividadas sem ao menos saberem como isso ocorreu? Quantas não conseguem receber investimentos pela simples incapacidade de demonstrar o seu resultado?

É grande o número de empreendedores que operam seus negócios em voos completamente cegos, desorganizados, orientando-se apenas por meio de uma frágil gestão diária da tesouraria.

É preciso haver maior respeito pelas ferramentas do bom gestor: a contabilidade, com seus balanços, controles e fluxos de caixa. Só assim é possível atrair a confiança dos investidores e o respeito do banco na hora de alongar dívidas. A governança depende de informações confiáveis e transparentes.

Até os anos 80, empreendedores eram raros, com a grande massa querendo trabalhar para o Estado -Petrobras, BB, Caixa etc.

Empreender é algo novo por aqui. Então, ainda não se entende nem se apoia devidamente o nobre papel do contador, limitando-o como especialista fiscal e trabalhista. O resultado é que pequenas e grandes corporações ainda perecem pela falta de um acompanhamento técnico dos indicadores de desempenho gerados por uma contabilidade competente.

É preciso haver esses controles já no início do negócio. A contabilidade é a linguagem universal de registro e de comunicação dos eventos econômicos nas empresas. O administrador que a negligencia gosta de riscos.

RICARDO NEGREIROS, da RN Executivos, é reestruturador de empresas e autor do "Manual do Reestruturador de Empresas"

Fonte: Folha de S.Paulo

Rumo à Bolsa


O crescimento cada vez mais descentralizado da economia brasileira está levando a Bolsa a sair do eixo Rio-São Paulo em busca de empresas de médio e pequeno portes, com alto potencial, para abrir o capital.

A explicação é simples. A estimativa é que existam no país 15 mil companhias com potencial para abrir o capital -e a BM&FBovespa conta hoje só com 454 empresas.

Para atrair essas empresas, a BM&FBovespa e a Amcham (Câmara Americana de Comércio) vão fazer, ao longo deste ano, eventos que funcionam como workshops com a exposição de advogados, bancos de investimento, auditores e profissionais do mercado financeiro.

"A gente conhece pouco as empresas fora do eixo Rio-São Paulo, mas há um processo de descentralização da economia brasileira", disse Fernando Schmitt, diretor de regionais da Amcham.

"Começamos a ver empresas que crescem em ritmo de dois dígitos e que vão chegar logo a um faturamento acima de R$ 300 milhões."

As regiões de maior interesse são Curitiba, Belo Horizonte, Ribeirão Preto (interior de São Paulo) e Goiânia.

"Temos muitas empresas regionais familiares, do 'mid-dle market'. O objetivo é ajudar na sofisticação financeira dessas empresas", disse Frederico Rodrigues, sócio do Souza, Cescon Advogados, que participa da iniciativa.

O ponto alto dos eventos é o testemunho de empresas como Arezzo, Odontoprev e Droga Raia sobre o processo de entrada na Bolsa. Os empresários participantes também são levados a Nova York para ter contato com autoridades, reguladores e profissionais de Wall Street.

A iniciativa começou em 2010, mas só agora que algumas empresas despontam com maturidade para estrear no mundo dos investidores profissionais.

É o caso do grupo mineiro Orguel, que atua na fabricação e locação de equipamentos para construção civil, indústria e obras de infraestrutura como exploração de gás.

Fundada há 50 anos, a Orguel investiu na profissionalização da gestão, reorganizou a estrutura societária e, no ano passado, admitiu como sócio o fundo norte-americano Carlyle, de "private equity" (participação em empresas fechadas), que comprou 25% do capital.

Até a entrada do Carlyle, a Orguel financiava um crescimento que superava 30% ao ano com o próprio caixa, o que limitava suas oportunidades de negócio.

O próximo passo é abrir o capital na Bolsa, o que ainda não tem data e que depende de condições favoráveis de mercado para acontecer. "Não temos pressa. Pode acontecer entre um e dois anos", disse Sergio Guerra, presidente da Orguel.

LONGO CAMINHO

A saga de uma empresa familiar que busca dinheiro de investidores profissionais começa com a profissionalização da gestão, organização da contabilidade, cisão entre os bens da família e os da empresa, formalização de um conselho de administração e a contratação de auditores independentes.

Com a contabilidade passada a limpo, o que implica no reconhecimento de perdas potenciais com contenciosos trabalhistas e tributários, abre-se o caminho para a entrada de fundos como sócio.

Se for bem trilhado, chegar à Bolsa será um caminho que demora mais de cinco anos, sem contar as condições nem sempre favoráveis de mercado para captar recursos.

Antes de estrear na Bolsa, a empresa precisa ter pelo menos dois anos de balanço auditado. "Quanto antes se planejar, menor o custo pago pela urgência na hora de abrir o capital", disse Cristiana Pereira, diretora da Bovespa.

Fonte: Folha de S.Paulo