Bem vindo!

"...É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a Fracassos e Derrotas, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, pois vivem em uma penumbra cinzenta tão grande que não conhece vitória nem derrota...."

(..Theodore Roosevelt..)

Que Deus nos abençoe!

“A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns.”

(Abraham Lincoln)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Ainda não é hora de correr para a caderneta de poupança


"Mercado espera novo corte nos juros, o que reduzirá ganho de fundo DI, mas analistas não indicam a poupança por enquanto"

Se tudo ocorrer como economistas e o mercado preveem, o Banco Central (BC) decidirá por mais um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic, atualmente em 10,5% ao ano) na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa amanhã e termina quarta-feira. Com isso, as aplicações mais conservadoras, de renda fixa, terão retorno mais modesto. Os primeiros atingidos serão os fundos DI, que têm 1,8 milhão de cotistas, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Além de se acostumar com retorno menor, os investidores se deparam com notícias sobre as intenções do governo de mexer na poupança e nesses fundos. Na dúvida, é hora de aguardar, dizem especialistas.
O retorno menor na renda fixa não é algo exatamente ruim para a economia. Segundo economistas e especialistas em finanças, isso é o normal na maioria dos países, com juros básicos menores. Para ganhar mais, é preciso correr mais riscos ou aplicar por mais tempo.
— O investidor há tanto tempo acostumado a ganhar quieto vai ter que se mexer e correr um pouco mais de risco — diz Alexandre Espírito Santo, economista da Way Investimentos e professor do Ibmec/RJ, para quem os fundos multimercados poderão ser uma alternativa.
Para o administrador de investimentos Fábio Colombo, será preciso diversificar investimentos, aplicando parcela em opções arriscadas, como ações.
BC já cortou a Selic quatro vezes desde agosto
A queda na rentabilidade das aplicações de renda fixa começou quando o BC inverteu inesperadamente a tendência e passou a cortar a Selic, em agosto passado. Desde então, foram quatro cortes, sempre de 0,5 ponto percentual.
O juro básico fixado pelo BC baliza o retorno oferecido pelos títulos públicos do governo e define o CDI (taxa média de empréstimos entre bancos), referência das aplicações de renda fixa. Por isso, quando a Selic cai, a renda fixa (fundos DI, de renda fixa e CDBs dos bancos) rende menos.
Esse movimento, normal na maioria das economias, tem uma peculiaridade no Brasil: a caderneta de poupança. Como a aplicação, também de baixíssimo risco, tem uma remuneração fixa, o retorno dos fundos DI vai se aproximando do da poupança, à proporção que a Selic cai. Ou seja, em breve poderá ser mais vantajoso aplicar na caderneta do que num fundo DI.
Segundo simulações feitas no site Comdinheiro.com.br, isso já começará a ser realidade com a Selic a 10%, nos investimentos a curto prazo. Nesse caso, uma aplicação de R$ 10 mil por seis meses num fundo DI (com taxa de administração de 2%) perderá para a poupança por R$ 7 (veja mais no quadro ao lado). Hoje, com a Selic a 10,5%, a diferença é de R$ 12, mas a favor dos fundos.
O “empate técnico” entre fundos DI e poupança ocorre primeiro para os investimentos de curto prazo por causa do Imposto de Renda (IR), cobrado apenas sobre os primeiros. A alíquota do IR é definida numa tabela regressiva — quanto maior o prazo, menor o imposto —, de 22,5% a 15%.
A comparação entre as duas modalidades de investimento ainda depende de outra coisa: a taxa de administração dos fundos. Quanto menor é o CDI, referência para os fundos DI, maior é o peso da taxa de administração. Fundos com taxas elevadas, acima de 2%, corroem o retorno.
Cálculos do professor Bolívar Godinho, do Laboratório de Finanças (LabFin) da Fundação Instituto de Administração (FIA) da USP, mostram o impacto das taxas. Com os juros básicos a 10%, para ganhar da poupança em aplicações de seis meses, o fundo DI não pode ter taxa de administração acima de 1,04%. Atualmente, esse limite é de 1,49%. E a situação vai piorar: com a Selic a 9,5%, a taxa de administração não poderá exceder 0,58% — valor difícil de encontrar nos fundos para pequenos investidores.
— O investidor terá que pesquisar bastante as taxas de administração. Negociar com o gerente da conta ou até mesmo trocar de banco devem ser opções a considerar — diz Godinho.
Governo estuda mudar poupança e fundos
Antes que a poupança, mais tradicional e popular aplicação do brasileiro, seja inundada por recursos de investidores em busca de maior retorno e fugindo de fundos com remuneração ruim, o governo deverá fazer algo. Estão em estudo no Ministério da Fazenda mudanças na regra de remuneração da caderneta.
Segundo técnicos do governo, a mudança só valeria para depósitos futuros, preservando as aplicações atuais. O novo modelo, ainda em versão preliminar, já estaria com a presidente Dilma Rousseff e prevê que o retorno da caderneta seja variável, em linha com as taxas praticadas no mercado.
Por outro lado, a equipe econômica também começou a estudar medidas para aumentar os tributos sobre aplicações atreladas à Selic, como os fundos DI. O objetivo é reduzir a quantidade de títulos públicos com essa indexação, para dar mais eficiência à queda dos juros, permitindo o barateamento do crédito no país.
Para Espírito Santo, da Way Investimentos, é melhor aguardar. Como nada está oficialmente definido, não é hora de optar por uma ou outra aplicação por causa das possíveis mudanças.
O empresário aposentado Benjamim Pracownik, de perfil conservador, está esperando para ver. Por enquanto, ele está satisfeito com suas aplicações em renda fixa. Pracownik aplica em fundos de renda fixa e no Tesouro Direto, programa do governo para venda de títulos públicos pela internet.
— Até agora, não senti tanta diferença com a queda dos juros — diz Pracownik.
O aposentado investe no Tesouro Direto há cerca de dois anos, quando se desfez dos investimentos em ações. A aplicação foi indicada pela corretora e ele vê o programa como alternativa para ganhar um pouco além da poupança.

Fonte: Globo.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário