Bem vindo!

"...É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a Fracassos e Derrotas, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, pois vivem em uma penumbra cinzenta tão grande que não conhece vitória nem derrota...."

(..Theodore Roosevelt..)

Que Deus nos abençoe!

“A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns.”

(Abraham Lincoln)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Restituição será maior na declaração do IR deste ano.


Restituição do Imposto de Renda será maior neste ano para trabalhadores, aposentados e autônomos.
Nos três primeiros meses do ano passado, eles pagaram mais imposto, pois a tabela usada para calcular o desconto do IR não foi reajustada de janeiro a março.
Só em abril a Receita corrigiu a tabela do desconto em 4,5%.
Agora, esse desconto maior será compensado na hora do contribuinte declarar o IR.
Para os trabalhadores, a restituição será até R$ 93,51 maior. É o caso dos trabalhadores que ganham mais do que R$ 4.400.
O contribuinte que teve imposto retido entre os meses de janeiro e março de 2011 terá restituição maior no IR deste ano.
O congelamento da tabela de referência nos três primeiros meses do ano passado resultou num pagamento maior de imposto por aposentados, trabalhadores com carteira assinada, autônomos e pessoas que recolhem pelo carnê-leão, por exemplo.

Fonte: Agora SP

BTG Pactual escolhe Goldman Sachs e JPMorgan para IPO


O Banco BTG Pactual SA, do bilionário brasileiro André Esteves, escolheu os bancos Goldman Sachs Group Inc. e JPMorgan Chase & Co. para coordenar a sua oferta pública inicial de ações, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.
O banco pretende vender 10 por cento de seu capital na oferta, que deverá ser apenas primária, disse a pessoa, que pediu anonimato porque o processo não ainda é público. Representantes do Goldman Sachs, BTG Pactual e JPMorgan se recusaram a fazer comentários para essa reportagem.
O BTG pretende registrar o pedido para a oferta ainda nesta semana, disse a pessoa. O IPO, que estava inicialmente planejado para 2010, deve acontecer logo, se as condições de mercado continuarem favoráveis, disse a pessoa.
As empresas no Brasil estão levando adiante planos de IPOs com a volta dos estrangeiros ao mercado acionário brasileiro após uma retração da demanda no ano passado, disse Eduardo Refinetti Guardia, diretor financeiro da BM&FBovespa, no início deste mês. Os IPOs neste ano devem superar os R$ 6,51 bilhões registrados no ano passado, segundo ele, à medida que os investidores voltam ao Brasil depois de retirarem recursos da bolsa do País em 2011 por causa do temor de que as condições econômicas iriam se deteriorar em meio à crise na Europa.
Em dezembro de 2010, o BTG vendeu uma participação de cerca de 18 por cento por US$ 1,8 bilhão para um grupo de investidores que incluem a família Rothschild e a família italiana Agnelli, que controla a Fiat SpA. Também estavam entre os fundos investidores no capital do banco o grupo J.C. Flowers & Co., o Government of Singapore Investment Corp., o China Investment Corp. e o Abu Dhabi Investment Council.

Fonte: Exame.com

Goldman Sachs estima aumento de 3,5% para o PIB brasileiro em 2012


A conjuntura econômica externa, que se apresentou de forma mais positiva neste início de ano, levou o Goldman Sachs a revisar as projeções de crescimento econômico no Brasil. A equipe de análise do banco elevou a expectativa de crescimento do PIB brasileiro para 2012, de 2,8% para 3,5% ao ano.

O analista Paulo Leme avalia que o País apresenta resoluções positivas na atividade econômica, inflação e na política monetária. Para o Goldman Sachs, os dados da atividade econômica mostram recuperação desde novembro, com um aumento de 3% em 2011, em linha com a estimativa do banco.

"Como resultado, a economia tem apresentado um momentum  muito mais forte em 2012 do que era previamente esperado", avalia Leme. Desde janeiro a economia tem se fortalecido e, com isso, o mercado de trabalho continua aquecido, reduzindo a taxa de desemprego para 4,7% em dezembro.

Crescimento pode chegar a 4%
A economia doméstica continua sustentando o crescimento do País, enquanto ainda é esperado que a política macroeconômica continue estimulando o crescimento. Em complemento, os bancos continuarão estimulando o crédito, levando a um crescimento de 19% em 2012.

"Em conjunto ao mercado de trabalho aquecido e ao incremento dos salários, esses fatores serão os combustíveis para consolidar a demanda doméstica", afirma Leme. Entretanto, o analista estima que, caso o cenário continue estável e as políticas governamentais estimulem a demanda, o crescimento do PIB possa ser de 4% em 2012, enquanto o ambiente de risco para a alta de 3,5% no ano aconteceria em caso de uma piora na crise financeira da Europa e redução do crescimento global.

Inflação mais baixa?
Os dados de inflação sugerem uma tendência de declínio nos índices em 2012, com uma alta em janeiro por fatores sazonais, e uma volta para índices mais baixos no outro mês. Em meio a essas condições, o Copom (Comitê de Política Monetária) terá argumentos para realizar cortes na taxa de juros consistentes com a política inflacionária, afirma Leme.

O analista projeta a Selic em 9% para junho de 2012, com três cortes adicionais na taxa básica de juro nas próximas três reuniões do Copom. Essa revisão ocorreria pois o Comitê acredita que o cenário externo continua desinflacionário para o Brasil, além das políticas monetárias das economias desenvolvidas serem apontadas como uma oportunidade única para o País reduzir a taxa de juro.

De acordo com o economista-chefe da Gradual, André Perfeito, a desconfiança com a volta da inflação alta tem evitado que a queda nos juros de vencimento mais longo seja significativa. Apesar dos fundamentos terem melhorado, o mercado não vê como crível juros em um dígito por muito tempo no Brasil.

"Acreditamos que haja espaço sim para a queda responsável dos juros, o que garantirá ganhos permanentes para a economia brasileira no médio prazo, entre outros canais, via um câmbio menos apreciado", afirma o economista.

Fonte: Infomoney

Standard & Poor's rebaixa rating grego para default seletivo


A agência de classificação de risco Standard & Poor's reduziu os ratings da Grécia nesta segunda-feira (27). O rating de dívida soberana longo prazo e o de dívida soberana de curto prazo foram reduzidos de CC e CCC, respectivamente, para SD, indicando um default seletivo no país.

Os novos ratings de dívida soberana ocorrem após a decisão do governo grego de inserir CACs (Cláusulas de Ações Coletivas) em certas séries de dívida do país, com efeito retroativo. Com isso, o país altera os termos originais para outros menos interessantes, uma vez que o efeito dessas cláusulas é de manter todos os investidores ligados a um novo acordo que apenas um quórum pre-determinado concordou.

Possível default em breve
"Em nosso critério, podemos tanto rebaixar o rating grego para SD quanto para D", afirmou a instituição. A decisão unilateral do governo grego, destaca a agência, é de fato uma reestruturação do crédito. Essa reestruturação, que podem incluir um montante do principal da dívida reduzido, um tempo de maturação mais elevado, um juro menor ou pagamento em outra moeda, não possui uma compensação adequada.

Porém, a S&P não vê as CACs como uma mudança nos incentivos do governo de pagarem suas obrigações inteiramente e no tempo estipulado, mas é uma forma de reduzir o poder de barganha dos investidores em uma possível reestruturação de sua dívida. Se essa reestruturação for concluída, a agência deve considerar o default seletivo como terminado e pode voltar a elevar o rating grego para CCC. 

"Nesse contexto, qualquer retorno para o rating de CCC dependerá da visão da instituição sobre a perspectiva econômica incerta e a, ainda grande, dívida governamental", afirmou a S&P. A agência frisa que se a reestruturação não for aceita pelos investidores, o país deve enfrentar uma moratória, restringindo ainda mais o acesso do país ao mercado de capitais. 

Fonte: Infomoney

Inadimplência das empresas sobe 26,7% em janeiro, revela a Serasa


A inadimplência das empresas brasileiras cresceu 26,7% no mês passado, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Na relação entre janeiro deste ano e dezembro de 2011, houve elevação de 4,4%, conforme mostra o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas, divulgado nesta segunda-feira (27).

Os economistas da instituição explicam que os juros ainda elevados - encarecendo o capital de giro e o empréstimo para pagamento do 13º salário -, e o fraco desempenho das vendas no Natal 2011 e no mês passado, dificultaram as finanças corporativas.

Segundo eles, o maior desafio foi gerar caixa para honrar os pagamentos assumidos. Além disso, também houve aumento dos estoques em alguns setores, em decorrência das vendas baixas, o que também impactou negativamente os custos das empresas.

Valor médio das dívidas
Decompondo o indicador, em janeiro, se comparado ao mesmo mês de 2011, a inadimplência com dívidas não bancárias, como cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços de telefonia, energia e água cresceu 2,0%. Já a inadimplência com dívidas bancárias cresceu 9,1%, enquanto dos cheques sem fundos e protestos cresceram 8,4% e 14,7%, respectivamente.

No mês passado, o valor médio das dívidas não bancárias foi de R$ 803,66; em relação às dívidas com bancos, o valor médio verificado no período foi de R$ 5.217,80.

Já os títulos protestados registraram, em janeiro, um valor médio de R$ 1.823,77. Por fim, os cheques sem fundos tiveram, no período, um valor médio de R$ 2.143,38.

Metodologia
O Indicador Serasa de Inadimplência de Pessoa Jurídica, por analisar eventos ocorridos em todo o Brasil, reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional. O modelo estatístico de múltiplas variáveis considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados e dívidas vencidas com as instituições financeiras. A divulgação é mensal.

Fonte: Infomoney

Arrecadação federal de tributos atinge recorde histórico em janeiro


A arrecadação de tributos federais atingiu recorde histórico, ao ficar em R$ 102,57 bilhões em janeiro deste ano. De acordo com a Receita Federal, esta é a primeira vez que a arrecadação ultrapassa a marca de R$ 100 bilhões.

Ainda segundo os dados divulgados nesta sexta-feira (24), o montante arrecadado representa crescimento real - descontada a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) - de 6,04% frente ao mesmo período do ano passado. Já na comparação com dezembro de 2011, o aumento é de 5,57%.

Motivos
Dentre os motivos citados pela Receita para o desempenho da arrecadação federal no primeiro mês do ano, está o pagamento da primeira cota ou cota única do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) apurado no último trimestre de 2011.

Influenciou também a antecipação de pagamentos, em janeiro, do ajuste anual do IRPJ e da CSLL referente ao lucro obtido no ano anterior, bem como o pagamento trimestral, em janeiro, dos royalties relativos à extração do petróleo.

A massa salarial, que cresceu 15,47% em dezembro de 2011, sobre o mesmo mês de 2010, o crescimento de 4,3% na venda de bens e serviços em igual período, bem como o comportamento dos principais indicadores da economia que afetam a arrecadação, também influenciaram o resultado de janeiro.

Fonte: Infomoney


Comunicado BANCO CENTRAL DO BRASIL - BACEN nº 22.040 de 23.02.2012


Divulga as Taxas Básicas Financeiras-TBF, os Redutores-R e as Taxas Referenciais-TR relativos aos dias 18, 19, 20, 21 e 22 de fevereiro de 2012.

De acordo com o que determina a Resolução nº 3.354, de 31.03.06, respectivamente, divulgamos as Taxas Básicas Financeiras-TBF, os Redutores-R e as Taxas Referenciais-TR relativos aos períodos abaixo especificados:

I - Taxas Básicas Financeiras-TBF:

a) de 18.02.2012 a 18.03.2012: 0,6486% (seis mil, quatrocentos e oitenta e seis décimos de milésimo por cento);

b) de 19.02.2012 a 19.03.2012: 0,6486% (seis mil, quatrocentos e oitenta e seis décimos de milésimo por cento);

c) de 20.02.2012 a 20.03.2012: 0,6848% (seis mil, oitocentos e quarenta e oito décimos de milésimo por cento);

d) de 21.02.2012 a 21.03.2012: 0,7209% (sete mil, duzentos e nove décimos de milésimo por cento);

e) de 22.02.2012 a 22.03.2012: 0,7436% (sete mil, quatrocentos e trinta e seis décimos de milésimo por cento);

II - Redutores-R:

a) de 18.02.2012 a 18.03.2012: 1,0065 (um inteiro e sessenta e cinco décimos de milésimo);

b) de 19.02.2012 a 19.03.2012: 1,0065 (um inteiro e sessenta e cinco décimos de milésimo);

c) de 20.02.2012 a 20.03.2012: 1,0066 (um inteiro e sessenta e seis décimos de milésimo);

d) de 21.02.2012 a 21.03.2012: 1,0067 (um inteiro e sessenta e sete décimos de milésimo);

e) de 22.02.2012 a 22.03.2012: 1,0067 (um inteiro e sessenta e sete décimos de milésimo);

III - Taxas Referenciais-TR:

a) de 18.02.2012 a 18.03.2012: 0,0000% (zero por cento);

b) de 19.02.2012 a 19.03.2012: 0,0000% (zero por cento);

c) de 20.02.2012 a 20.03.2012: 0,0246% (duzentos e quarenta e seis décimos de milésimo por cento);

d) de 21.02.2012 a 21.03.2012: 0,0506% (quinhentos e seis décimos de milésimo por cento);

e) de 22.02.2012 a 22.03.2012: 0,0731% (setecentos e trinta e um décimos de milésimo por cento).

TULIO JOSÉ LENTI MACIEL
Chefe

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

APLICAÇÃO FINANCEIRA - Debêntures


Ministério da Integração define critério de aprovação de projetos em infraestrutura 
Esta Portaria estabelece o procedimento de aprovação, no âmbito do Ministério da Integração Nacional, dos projetos de investimento considerados como prioritários nas áreas de logística e transporte, mobilidade urbana, semiurbana, saneamento básico e irrigação implementados por pessoa jurídica de direito privado, sob a forma sociedade de propósito específico (SPE), com recursos obtidos através da emissão de debêntures, para fins de fruição do benefício fiscal previsto no artigo 2º da Lei 12.431, de 24-6-2011 , regulamentada pelo Decreto 7.603, de 9-11-2011. O artigo 2º da Lei 12.431/2011 reduz a tributação do Imposto de Renda sobre os rendimentos auferidos por pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no País decorrentes de debêntures emitidas por SPE para financiar projetos de investimento na área de infraestrutura, ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação. 

O MINISTRO DE ESTADO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, incisos II e IV, da Constituição, tendo em vista o disposto na Lei nº 12.431, de 24 de junho de 2011, e no Decreto nº 7.603, de 9 de novembro de 2011, RESOLVE: 

CAPÍTULO I 
DO REQUERIMENTO E ANÁLISE DE PROJETOS 

Art. 1º – As pessoas jurídicas de direito privado, estabelecidas sob a forma de Sociedade de Propósito Específico – SPE, que possuam projetos de investimento ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação nas áreas de logística e transporte, mobilidade urbana, saneamento básico e irrigação, devem requerer a aprovação do Ministério da Integração para implementação de projetos considerados como prioritários para fins de obtenção do benefício previsto no § 2º do art. 4º do Decreto nº 7.603, de 9 de novembro de 2011. 
Parágrafo único – São passíveis de enquadramento no caput os projetos de investimento nas áreas de infraestrutura ou produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação aprovados pelo Ministério da Integração Nacional, que visem a implantação, ampliação, manutenção, recuperação, adequação ou modernização, entre outros, dos setores de logística e transporte, mobilidade urbana, semiurbana, saneamento básico e irrigação. 
Art. 2º – A SPE, constituída para esse fim, pode assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado, por meio do lançamento da emissão de debêntures, nos termos da Lei nº 12.431, de 24 de junho de 2011. 
Art. 3º – A submissão do projeto será realizada mediante envio por meio de endereço eletrônico institucional de formulário próprio (Anexos I a III), disponibilizado no sítio eletrônico do Ministério da Integração Nacional, acompanhado dos seguintes documentos em formato eletrônico: 
I – inscrição, no registro do comércio, do ato constitutivo da SPE; 
II – indicação do número da inscrição da SPE no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ; 
III – relação das pessoas jurídicas que integram a SPE, com indicação de seus respectivos números de inscrição no CNPJ e dos documentos que atestem o mandato de seus administradores; 
IV – Certidão Conjunta Negativa de Débitos ou de Certidão Conjunta Positiva com Efeitos de Negativa relativas a tributos federais e à Dívida Ativa da União; e 
V – outros documentos ou certidões que comprovem regularidade fiscal relativa a créditos tributários e não tributários específicos da atividade. 
Parágrafo único – A solicitação deverá ser individual para cada projeto de investimento, a ser financiado no todo ou em parte com a emissão de debêntures, nos termos da Lei nº 12.431, de 24 de junho de 2011. 
Art. 4º – As Superintendências de Desenvolvimento no âmbito de suas áreas de atuação (Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste) e a Secretaria de Fundos Regionais e Incentivos Fiscais – SFRI nas demais regiões deverão analisar os pleitos de concessão de prioridades e elaborar minuta de Portaria de aprovação de prioridade, submetendo à Secretaria Executiva para análise e posterior encaminhamento à Consultoria Jurídica – CONJUR. 
§ 1º – Constatada a não conformidade da documentação apresentada, a requerente deverá ser notificada a regularizar as pendências, no prazo de dez dias, contados da ciência, sob pena de arquivamento, a ser determinado pela Secretaria Executiva. 
§ 2º – Os órgãos responsáveis a que se refere o caput deverão analisar, mediante parecer, a pertinência dos projetos aos parâmetros estabelecidos no art. 1º, desta Portaria, bem como a sua adequação à Lei nº 12.341, de 24 de junho de 2011 e Decreto nº 7.603, de 9 de novembro de 2011. 

CAPÍTULO II 
DA APROVAÇÃO PELO MINISTRO DE ESTADO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL 

Art. 5º – A aprovação do projeto pelo Ministro de Estado da Integração Nacional será publicada no Diário Oficial da União. 
Parágrafo único – Na Portaria de aprovação do projeto como prioritário deverão constar: 
I – o nome empresarial, o número de inscrição no CNPJ da SPE titular do projeto e a relação das pessoas jurídicas que a integram; 
II – a descrição do projeto, com a especificação que se enquadra em uma das seguintes áreas, afetas ao Ministério da Integração Nacional: logística e transporte, mobilidade urbana, semiurbana, saneamento básico ou irrigação; 
III – a relação dos documentos apresentados; e 
IV – o local de implantação do projeto. 

CAPÍTULO III 
DO ACOMPANHAMENTO 

Art. 6º – A SPE deverá encaminhar anualmente, até o encerramento do 1º quadrimestre, o quadro de usos e fontes do projeto priorizado, destacando a destinação específica dos recursos captados através das debêntures abrangidas por esta Portaria, de acordo com formulário disponibilizado no sítio eletrônico do Ministério da Integração Nacional (Anexo IV). 
§ 1º – Ocorrendo alterações na execução dos investimentos suportados pela debênture aprovada pelo Ministério da Integração Nacional, a SPE deverá informar, no prazo de trinta dias, ao respectivo órgão responsável pela análise do projeto, conforme art. 4º, desta Portaria, através de formulário disponibilizado no sítio eletrônico do Ministério da Integração Nacional (Anexo V). 
§ 2º – O prazo da prioridade concedida é de um ano, devendo a SPE que não realizar a emissão da debênture neste prazo informar ao respectivo órgão responsável pela análise do projeto, por meio do formulário disponibilizado no sítio eletrônico do Ministério da Integração (Anexo VI). 
§ 3º – A SPE que receber a priorização do projeto, emitir a debênture, mas não o implementar no prazo previamente informado, deverá comunicar os atrasos ao respectivo órgão responsável pela análise do projeto, no prazo de trinta dias. 
Art. 7º – Para fins do disposto no Decreto nº 7.603, de 2011, a SPE responsável pela implementação e gestão dos projetos prioritários deve manter atualizada, a relação das pessoas jurídicas que a integram através de formulário disponibilizado no sítio eletrônico do Ministério da Integração Nacional (Anexo VII). 

CAPÍTULO IV 
DISPOSIÇÕES FINAIS 

Art. 8º – A SPE que tenha projeto aprovado como prioritário nos termos do Decreto nº 7.603, de 2011, deverá manter a documentação relativa à utilização dos recursos captados, até cinco anos após o vencimento das debêntures emitidas, para consulta e fiscalização pelos órgãos de controle. 
Art. 9º – O Agente Fiduciário, nomeado pela escritura de emissão das debêntures, que gozem do benefício previsto na Lei nº 12.431, de 24 de junho de 2011, enviará ao órgão responsável pela análise do projeto, anualmente, cópia do relatório gerencial encaminhado aos debenturistas por força do inciso XVII do art. 12 da Instrução nº 28, de 23 de novembro de 1983, da Comissão de Valores Mobiliários. 
Art. 10 – A eventual aprovação de que trata o art. 6º não exime a SPE de obter a aprovação da agência reguladora para endividamento, quando as normas assim o exigirem. 
Art. 11 – Enquanto não for disponibilizado no sítio eletrônico do Ministério os formulários relacionados nesta Portaria, as informações devem ser encaminhadas ao respectivo órgão responsável pela análise do projeto por meio impresso, através dos referidos formulários em anexo. 
Art.12 – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. (Alexandre Navarro Garcia – Interino) 

PORTARIA 76 MI, DE 15-2-2012
(DOU DE 17-2-2012)

Não é só no Brasil - Números retratam a pobreza nos Estados Unidos


Embora o início do ano tenha trazido notícias animadoras para a economia americana, como uma leve redução no índice de desemprego, o povo americano ainda sofre na pele as consequências da desaceleração econômica que vem castigando o país desde a crise de 2008.
Segundo um estudo da Universidade de Indiana, o número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza nos Estados Unidos aumentou em 27%, chegando a 46 milhões.
Uma nova pesquisa do National Poverty Center traz alguns números que pintam o retrato da pobreza nos Estados Unidos:
•1,4 milhão de famílias estão vivendo com menos de dois dólares ao dia, ou 60 dólares ao mês – o número é mais que o dobro do registrado em 1996.
•2.8 milhões de crianças fazem parte desta estatística. 
•866 mil famílias viviam em condições de pobreza extrema.
•45,2 milhões de pessoas recebiam benefícios do Programa de Assistência à Nutrição Suplementar (SNAP, na sigla inglês), que prove cupons de alimentação para as famílias de baixa renda, em 2011. O número é quase o dobro do registrado em 1996.
•25% das famílias vivendo em pobreza extrema são afro-americanas e 22% hispânicas. Embora não sejam maioria, estes grupos foram os mais penalizados nos últimos 15 anos. O crescimento dos dois grupos foi de 182,7% e 131,9%, respectivamente, enquanto, entre as famílias brancas, o aumento foi de 109,9%.

Fonte: Exame.com

Petrobras paga juros sobre capital próprio na próxima quarta


A Petrobras (PETR3 e PETR4) vai pagar aos acionistas, na próxima quarta-feira (29), a quarta parcela da distribuição antecipada de remuneração, referente ao exercício de 2011. O pagamento será feito sob a forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP) para quem mantinha posição na empresa em 2 de fevereiro.
Será descontado R$ 0,0227 de cada R$ 0,20 por ação, devido à atualização monetária das parcelas de JCP pagas no ano passado. Sendo assim, o valor real por ação será de R$ 0,1773, corrigido pela taxa Selic de 31 de dezembro até o dia 29 de fevereiro, chegando então a R$ 0,1802, sujeito a desconto de imposto de renda.
O pagamento será realizado pelo Banco do Brasil. 
Fonte: Exame.com

Ambev pagará dividendos e juros sobre capital próprio em abril


O Conselho de Administração da Ambev (AMBV3 e AMBV4) aprovou na última sexta-feira (17) a distribuição de dividendos e de juros sobre capital próprio (JCP), conforme mostra comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A distribuição de dividendos por conta dos resultados obtidos em 2011 será feita por R$ 0,6 por ação ordinária e a R$ 0,66 por ação preferencial. Não haverá retenção de imposto de renda na fonte.
Já os juros sobre capital próprio, deduzidos do resultado de exercício em 2012, terão razão total de R$ 0,18 por ação ordinária e R$ 0,198 por razão preferencial. Como a distribuição dos JCP será tributada conforme a legislação em vigor, a distribuição líquida será de R$ 0,153 por ação ordinária e R$ 0,1683 por ação preferencial – exceto para as pessoas jurídicas que estejam dispensadas da retenção.
Os pagamentos começarão a partir de 10 de abril com base na posição acionária de 29 de fevereiro para acionistas da Bovespa, e 5 de março para acionistas da NYSE. Não haverá correção monetária.

Fonte: Exame.com

Cedro distribui R$ 1,8 milhão em dividendos


A Cedro (CEDO3 e CEDO4) deverá distribuir 1,8 milhão em dividendos relativos ao exercício de 2011, segundo informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O pagamento será equivalente a 0,18 reais por ação, e deve ser realizado no dia 30 de abril deste ano.
O valor foi aprovado pelo conselho de administração da companhia em reunião realizada nesta última sexta-feira (24). Segundo informou, o pagamento está dentro de sua competência estatutária.
Irão receber os dividendos todos os titulares de ações até o dia 27 de fevereiro deste ano. Os papeis passarão a serem negociados ex-dividendos a partir de 28 de fevereiro de 2011.
Segundo informou a companhia no comunicado, o pagamento será efetuado através das agências do Banco Bradesco. O acionista deve receber pelo correio seu demonstrativo.

Fonte: Exame.com

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Proteção da zona do euro é essencial para reforço do FMI


Comunicado das reuniões destaca que os países da zona do euro vão reavaliar a força de seus mecanismos de apoio em março.

O G-20 vê uma decisão da zona do euro para reforçar sua barreira de proteção como "essencial" antes de um acordo para aumentar os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse uma autoridade do grupo de 20 países neste domingo, citando um esboço do comunicado das reuniões na Cidade do México.
"Os países da zona do euro vão reavaliar a força de seus mecanismos de apoio em março. Isso dará um insumo essencial em nossa atual consideração para mobilizar recursos ao FMI", disse a autoridade, citando o esboço.
"Estamos revendo opções para garantir que os recursos para o FMI possam ser mobilizados de maneira oportuna." Outra autoridade do G-20 disse que houve debate sobre o texto, com os países europeus pressionando para o comunicado dizer que a decisão da zona do euro é "importante", em vez de "essencial".

Fonte: Exame.com

Abilio Diniz pode ficar com Casas Bahia e Ponto Frio

O empresário Abilio Diniz negocia, com o francês Casino, uma possível cisão do grupo Pão de Açúcar!


Abilio Diniz continua negociando com o grupo Casino e pode ficar com Casas Bahia e Ponto Frio. A informação foi divulgada hoje pela revista Veja em sua seção Radar. Esse seria um dos possíveis desfechos do embate entre o empresário brasileiro e o grupo francês.

Essa possibilidade já havia sido antecipada por EXAME no ano passado. O contrato entre Diniz e o Casino – sócios no Pão de Açúcar – prevê que, em junho deste ano, o brasileiro terá de entregar o controle ao grupo francês presidido por Jean Charles Naouri.

A data foi estabelecida em 2005, quando Naouri comprou, por 2 bilhões de reais, o direito de assumir o controle do maior rede varejista do Brasil. Mas Diniz tem resistido a entregar a empresa a seu sócio francês. Em junho de 2011, ele articulou uma fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour, que acabou sendo barrada por Naouri.

Fonte: Exame.com

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Empresa revela que investe cerca de 3 bilhões de dólares em aplicações financeiras no Brasil para aproveitar os juros altos


Além de possuir a fórmula secreta do refrigerante mais vendido do mundo, a Coca-Cola também já descobriu a receita para ganhar dinheiro com baixo risco no mercado financeiro. A empresa informou que investe nada menos do que 3 bilhões de dólares em aplicações financeiras no Brasil para aproveitar as altas taxas de juros.
Segundo reportagem do Wall Street Journal, o diretor financeiro da empresa, Gary Fayard, informou que a Coca possui 13 bilhões de dólares em caixa. Desse total, 10 bilhões de dólares estão investidos fora dos Estados Unidos, onde as taxas de juros estão nos menores patamares em décadas.
Os títulos do governo americano com prazo de vencimento em dez anos, por exemplo, oferecem uma rentabilidade de apenas 2,03% ao ano, segundo dados do Tesouro dos Estados Unidos. Já os títulos do Tesouro Nacional vendidos no Brasil com vencimento em 2021 rendem 11,03% - ou mais do que cinco vezes mais. “Os juros que estamos coletando no Brasil são bem altos”, disse o diretor financeiro da Coca, segundo o jornal.
Os retornos são tão elevados que compensam até mesmo a alta carga tributária imposta pelo governo brasileiro para conter uma avalanche de aplicações desse tipo. Mário Shingaki, tributarista do escritório Vaz, Barreto, Shingaki & Oioli Advogados e professor da FIA, explica que os estrangeiros são isentos de Imposto de Renda para aplicações diretas em títulos públicos no Brasil
Já quando aplicam em CDB ou fundos de renda fixa, os estrangeiros estão sujeitos a uma alíquota de 15% sobre os lucros – ainda inferior à média cobrada dos brasileiros. Em compensação, multinacionais que aplicam em renda fixa devem pagar uma alíquota de 6% em Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) já na entrada dos recursos no país.
Essa espécie de “pedágio” praticamente inviabiliza aplicações de curto prazo em títulos públicos, mas não tira a atratividade dos investimentos de vários anos se for considerada a grande diferença dos juros brasileiros e dos países desenvolvidos.
Quem quiser aproveitar a fórmula da Coca-Cola para ganhar dinheiro com renda fixa tem várias opções. O Tesouro Direto costuma ser a ferramenta mais indicada pelos especialistas devido às baixas taxas para a negociação de títulos. O investidor pode optar tanto por títulos indexados à taxa Selic – hoje em 10,5% ao ano – quanto por papéis com juros já definidos desde o primeiro dia de aplicação ou então por títulos remunerados de acordo com a inflação.
Diferentemente dos estrangeiros, os brasileiros precisam pagar em Imposto de Renda entre 15% e 22,5% do lucro com títulos públicos. Já o IOF só é cobrado sobre aplicações com prazos de até 29 dias (clique aqui e veja a 15 repostas essenciais sobre o Tesouro Direto).
Outra opção interessante para aproveitar os juros altos brasileiros são os CDB, papéis emitidos por bancos. Os CDB geralmente pagam como remuneração ao investidor um percentual do CDI (taxa de juros de mercado que segue de perto a Selic). Em geral, os CDB de bancos grandes pagam entre 80% e 95% do CDI (clique aqui e veja como ganhar mais do que isso).
Já os bancos pequenos e médios podem pagar 100% do CDI ou mais aos investidores. O problema é que esses bancos estão mais sujeitos às oscilações da oferta de crédito no mercado financeiro e correm um risco maior de quebrar, gerando prejuízo ao investidor.
É por esse motivo que especialistas recomendam a aplicação em CDB de bancos médios até o limite de 70.000 reais por CPF porque, nesses casos, o próprio sistema financeiro garante que o poupador não terá perdas se o pior ocorrer (clique aqui e veja como investir pela internet em CDB de banco médio).

Fonte: Exame.com

Valor do Facebook passa dos US$ 100 bilhões


Enquanto muitos permanecem céticos em relação ao valor que o Facebook, de Mark Zuckerberg, pode alcançar após seu IPO (oferta inicial de ações), o preço das ações no mercado privado sobe. E muito.
No mercado acionário “convencional”, a expectativa é que a venda de ações da rede social movimente 5 bilhões de dólares, o que levaria o valor da empresa para 100 bilhões de dólares. Alguns especialistas acreditam que esse montante é alto demais, embora alguns mecanismos do mercado financeiro possam garantir o valor.
No mercado privado, porém, não só o site já alcançou esse valor como passou dele. Segundo uma reportagem publicada no site da Bloomberg, as ações da rede alcançaram no mercado privado o patamar de 44 dólares neste mês, dando para a empresa um valor de mercado de 103 bilhões de dólares. Com todo burburinho que gira em torno da oferta, a base de acionistas da empresa também é bastante grande. Enquanto o normal é que uma empresa tenha entre 50 e 100 acionistas antes de se tornar pública, o Facebook já tem 1.000 investidores, segundo uma pesquisa da consultoria de mercado financeiro PrivCo. 
Justamente por fazer com que o valor da companhia passe o montante esperado, os ganhos para quem aplicar logo no IPO do Facebook podem ser limitados, já que a empresa está cotada em um patamar muito alto.
De acordo com as regras da Securities and Exchange Commission (SEC, equivalente a CVM americana), podem negociar no mercado privado investidores com mais de 1 milhão de dólares para aplicar e alguns funcionários das próprias empresas. Esse mercado é fomentado por empresas como a SecondMarket e a SharesPost, com ambientes de negociação que funcionam de maneira parecida como uma bolsa de valores, mas com acesso limitado. Essas companhias não estão comemorando o potencial do IPO do Facebook e correm o risco de entrar no pequeno grupo de quem não vai ficar feliz com a oferta de ação. 

Fonte: Exame.com

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Bancos europeus terão 'caminhão de dinheiro' para evitar colapso


O Banco Central Europeu (BCE) prepara novamente sua 'bazuca' para resgatar os bancos europeus da crise. Com problemas de liquidez e ameaçados de ter seu rating rebaixado pela agência de classificação de risco Moody's, o BCE deve emprestar a essas instituições um verdadeiro 'caminhão de dinheiro' até o fim deste mês. Calcula-se que a oferta deve girar entre € 600 bilhões e € 1,2 trilhão nesta segunda etapa do plano de refinanciamento, um dos maiores que já se tem notícia. A medida emergencial tem como objetivo evitar que os bancos fiquem sem dinheiro para conceder crédito às pessoas e às empresas, ou mesmo honrar suas dívidas, aprofundando ainda mais a crise do euro.
De acordo com analistas, o BCE pode duplicar o valor que foi ofertado aos bancos em dezembro do ano passado - € 489 bilhões de euros, na primeira etapa do plano. Como o BCE vai oferecer o valor que os bancos requisitarem, aparentemente sem limite, desde que se ofereçam garantias, várias instituições indicaram que vão duplicar ou mesmo triplicar os seus pedidos de recursos. Nesse caso, preveem analistas, o montante pode chegar a € 1,2 trilhão ou mesmo € 1,5 trilhão. Com menos depósitos sendo feitos pelos cidadãos europeus, assustados com o futuro da moeda única, é o dinheiro do BCE que vai capitalizar as instituições financeiras e evitar a secura de crédito.
— Em dezembro passado, o BCE já havia desarmado 'a bomba-relógio' da falta de liquidez oferecendo € 489 bilhões a mais de 500 bancos. Foi esse dinheiro também que aliviou a pressão sobre os títulos da dívida de muitos países, que estavam vencendo e tinham que oferecer juro elevado para serem rolados. Sem esse dinheiro, haveria muito mais pressão sobre a dívida soberana neste início de ano — diz o economista Raphael Martello, da Consultoria Tendências.
Isso porque um cálculo feito pelo banco alemão Deutsche Bank mostrou que, em 2012, haverá vencimento de € 1,3 trilhão em dívidas soberanas dos países da zona do euro. Desse total, € 486 bilhões vencem no primeiro semestre. Calcula-se que os bancos tenham outros € 600 bilhões de suas próprias dívidas vencendo este ano. Sem dinheiro circulando em caixa, tornam-se fortes candidatos à insolvência.
— O BCE ajudou os bancos e acalmou o mercado. Tanto que países com problemas para refinanciar suas dívidas, no fim do ano passado, voltaram a fazer leilões de títulos de dívida com taxa de juro mais baixa - lembra o vice-presidente de Tesouraria do banco alemão WestLB, Ures Folchini.
Para o economista Raphael Martello, da Tendências, a ação de capitalização do BCE é necessária, mas traz embutida um problema. É que uma parte desse dinheiro não chega à economia real em forma de empréstimos. O BCE lança linhas de financiamento com juro de 1% aos bancos, e estes por sua vez investem nos títulos da dívida soberana da zona euro. Depois, utilizam esses títulos como colateral (uma espécie de garantia) junto do BCE para voltarem a se financiar.
Na prática, as instituições ganham o diferencial entre o juro de 1% cobrado pelo BCE e a taxa de remuneração que recebem de países emissores de dívida. A taxa é de 4% no caso espanhol, 7% para a Itália e 13% para Portugal.
— A diferença entre a taxa de juro do país emissor e o 1% cobrado pelo BCE fica com o banco — explica Martello.
Para o economista, a ação do BCE é uma solução temporária porque 'compra-se tempo' até que ocorra uma solução para a crise do euro.
— Mas os recursos ajudam a derrubar o juro cobrado pelos títulos, reduzindo o custo da dívida, o que é importante — alerta o economista.
Para o presidente do BCE, o italiano Mario Draghi, o dinheiro injetado nos bancos em dezembro já está circulando na economia. A queda brutal do juro de alguns títulos soberanos, como os da Espanha e Itália, que chegaram a 7% e 6% respectivamente, em dezembro passado, é uma prova disso. Hoje, esses papéis estão sendo rolados por juro de menos de 3%.
Draghi rebateu as críticas de que os recursos do BCE não chegam a economia real.
— Esse dinheiro capitaliza os bancos, e parte acaba sendo usada para empréstimos evitando o colapso do crédito — disse Draghi.

Fonte: OGlobo

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ofertas iludem e podem ser consideradas venda casada


A “empurroterapia” de serviços na hora da compra de produtos ou na aquisição de um cartão de crédito está se sofisticando e o consumidor mal consegue identificar a venda casada. São planos odontológicos, garantia estendida, livros. O consumidor tem que ficar atento no momento da compra e recusar o produto ou serviço na hora. Ou cancelar, assim que for cobrado, antes de usar. Se a pessoa tiver trabalho para cancelar o que não pediu, receber cobrança indevida, ou não conseguir utilizar o serviço oferecido, pode entrar na Justiça cobrando danos morais.
O juiz Flávio Citro do Juizado Especial Cível acaba de dar uma sentença que obriga as Casas Bahia a devolverem o valor de R$ 238 e a pagarem ressarcimento por dano moral de R$ 2 mil para cada réu. Reginaldo Marques de Souza e Marcelo Ferreira de Santana entraram com uma ação, pois a empresa colocou no cartão de crédito dois seguros de acidentes pessoais com bônus de assistência odontológica. A fatura foi paga, no entanto, os autores não receberam o cartão de identificação e utilização dos serviços, nem o manual de utilização do seguro.
— Fui comprar um celular e acabei saindo com um plano odontológico que não consegui usar porque nunca recebi o cartão do convênio. Até hoje estou com um dente preso com cola. E ainda me cobraram tudo junto na fatura — conta Reginaldo de Souza.
Conselho de Odontologia: oferta fere Código de Ética
As Casas Bahia, em sua contestação, afirmaram que a responsabilidade era da seguradora.
— Sob o ângulo do direito do consumidor, as Casas Bahia são o primeiro responsável, pois foi quem vendeu os serviços. Esta prática de oferecerem serviços extras vem sendo disseminada e o consumidor, pego de surpresa, acaba contratando sem saber direito o que está fazendo. A pessoa que vai a uma loja para comprar um móvel ou um eletrodoméstico não está preparada para comprar um seguro ou uma assistência odontológica. Ela não se lembra de perguntar qual a rede desta assistência, se há local de atendimento perto da sua casa, não procurou se informar o que existe no mercado e nem comparou preços. Aproveitar-se dessa fragilidade do consumidor é ter uma vantagem excessiva — afirma Citro.
O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo esclarece, na ação, que o Código de Ética Odontológica prevê como infração “executar e anunciar trabalho gratuito ou com desconto com finalidade de aliciamento” e “oferecer serviços profissionais como prêmio”. E explica que o Código de Ética deve ser seguido, obrigatoriamente, pelas operadoras, seguradoras, intermediadoras, administradoras de planos de saúde, entre outras entidades que exerçam a odontologia.
Citro observa que é fácil encontrar este tipo de reclamação na internet. Nas reclamações, os consumidores contam que, ao fazer a compra, o vendedor diz que vai dar um desconto, mas para isso é preciso que se aceite um plano odontológico. O tal plano, que seria uma cortesia, na verdade, custa R$ 238,80, valor embutido no desconto.
As Casas Bahia informam que pautam suas ações no respeito e dedicação aos consumidores, e oferecem produtos e serviços que visam a atender a suas necessidades. Esclarecem também que as informações prestadas no momento da oferta são claras e precisas, e permitem ao consumidor sua livre escolha. A empresa afirma que entrará em contato com os consumidores para esclarecer suas dúvidas e solucionar eventuais problemas.
As Lojas Renner também são alvo deste tipo de reclamação, só que, neste caso, os consumidores reclamam que a empresa empurra o Seguro Compra Garantida. E quando a cliente percebe que o seguro foi incluído e quer o cancelamento, recebe a informação de que é preciso procurar uma loja da Renner e pedir uma nova via do carnê.
O juiz Citro ressalta que a venda casada se dá quando o consumidor só consegue comprar um produto ou serviço se levar outro, obrigatoriamente. A prática das empresas tem sido de oferecerem os produtos, mas a forma desta oferta deixa o consumidor, a princípio, sem opção. E muitas vezes, o vendedor diz que é possível cancelar o serviço sem problema.
— O consumidor tem todo o direito de cancelar o serviço oferecido, se não o tiver utilizado, pedindo o ressarcimento do valor pago. Porém, se o serviço for cobrado sem que ele tenha autorizado, neste caso, é cobrança indevida e a devolução do valor cobrado tem que ser feita em dobro.
Consumidor tem direito de cancelar o serviço oferecido
Débora Vargas se surpreendeu quando procurou o curso de inglês Wise Up no Rio, em janeiro deste ano, e descobriu que, independentemente do nível em que iria estudar, teria de comprar todo o material didático.
— Resolvi voltar às aulas de inglês e tive indicação do Wise Up. Estranhei ter que pagar a matrícula,de R$ 360, antes mesmo de fazer um teste de nivelamento. Paguei e fiz o nivelamento, quando fui informada de que, não importava o nível classificado, seria obrigada a comprar todo o material didático do curso, que custa R$ 2.484, mesmo estando em nível avançado, E o aluno tem que dar 18 cheques no valor de R$ 138, o que é um absurdo — conta Débora, que não aceitou as condições e pediu o cancelamento da matrícula, paga à vista e em dinheiro. Teve de esperar 15 dias pelo estorno.
Carolina Araújo escreveu para esta seção contando que passou pelo mesmo problema: “Para fazer a matrícula no curso fui impedida de usar os livros de uma amiga que havia desistido, sendo obrigada a comprar todo o material novamente. O que configura, evidentemente, venda casada, uma prática ilegal”.
O presidente da Wise Up, Flávio Augusto da Silva, nega que a empresa exerça prática abusiva:
— Seguimos o modelo adotado por todos os cursos e escolas. Nosso material didático pode, sim, ser utilizado por outro aluno. Podem existir problemas pontuais, mas nossa ouvidoria está à disposição para esclarecer as dúvidas dos alunos.

Fonte: Notícias Yahoo

Imposto sobre CDB e fundo DI pode subir


Pode ficar mais difícil ganhar dinheiro com investimentos de renda fixa de baixíssimo risco. Segundo reportagem publicada hoje pelo jornal O Estado de São Paulo, o governo estuda elevar o Imposto de Renda cobrado em aplicações de renda fixa que remuneram o investidor de acordo com a Selic (taxa básica de juros da economia brasileira) ou o CDI (taxa de juro que segue de perto a Selic). Esses são exatamente os títulos de renda fixa menos arriscados para o investidor e, por isso mesmo, são os mais indicados para investimentos de curto prazo.

O aumento da tributação pode levar a uma migração de investidores para papéis atrelados à inflação ou prefixados – que, têm sido mesmo os mais rentáveis para quem investe no longo prazo. Esses dois tipos de papéis, no entanto, não caíram na graça dos investidores. Quase 90% dos produtos de renda fixa criados pelos bancos e fundos estão atrelados ao CDI, diz o Estadão. 

Hoje, a maioria dos papéis de renda fixa já está sujeita à cobrança do Imposto de Renda. A alíquota incidente sobre os ganhos varia de 22,5% a 15%, de acordo com o prazo da aplicação. A mudança na tributação atingiria principalmente quem investe em títulos do Tesouro Nacional conhecidos como LFT, que oferecem ao investidor um rendimento bruto equivalente à Selic. Também afetaria diretamente os fundos DI, que estão atrelados ao CDI. Por último, as pessoas que aplicam em CDB teriam os ganhos reduzidos, já que a esmagadora maioria desses papéis de renda fixa emitidos por bancos também segue o CDI.

Já os papéis que seriam beneficiados pela mudança seriam os títulos atrelados à inflação (como a NTN-B) e os prefixados (como a LTN e a NTN-F). Na indústria de fundos, poderia haver uma migração dos DI para os de renda fixa. Já entre os papéis bancários provavelmente haveria uma demanda maior por CDB que não estão indexados ao CDI. É importante lembrar que todas essas alternativas são mais arriscadas porque há oscilações fortes no valor desses papéis nas negociações em mercado.

Outras opções que poderiam ficar relativamente mais interessantes são as aplicações de renda fixa isentas de IR, como a caderneta de poupança, as letras hipotecárias (LH), os certificados de recebíveis imobiliários (CRI), as letras de crédito imobiliário (LCI), as letras de crédito do agronegócio (LCA), as novas debêntures de infraestrutura e os aluguéis distribuídos por fundos imobiliários. A maior parte desses investimentos, no entanto, só é isenta de IR para pessoas físicas.

O Estadão diz qualquer mudança na tributação das aplicações de renda fixa ainda precisa ser estudada por diversos órgãos de governo. Não há uma data prevista para a divulgação de alterações.

Fonte: Exame.com

Governo estuda mais imposto sobre fundo DI


A equipe econômica começou a estudar medidas para aumentar o poder de fogo da política monetária. O objetivo, segundo técnicos, é fazer com que a queda da taxa de juros (Selic) promovida pelo Banco Central (BC) tenha mais eficiência, permitindo o barateamento do crédito no país. Uma das ações em estudo é o aumento dos impostos sobre investimentos atrelados à Selic.
Ao reduzir os ganhos dessas aplicações, o governo estimularia a migração para investimentos com remuneração prefixada ou atrelada à inflação. Quanto maior a demanda por títulos (públicos ou privados) atrelados à Selic, menos força tem a política monetária. Isso porque quando o BC reduz os juros para estimular o consumo, como agora, acaba reduzindo os ganhos de quem aplica em papéis atrelados à Selic, fazendo a oferta de crédito ser menor que o potencial.
A forma como o governo vai mexer nos tributos (Imposto de Renda e Imposto sobre Operações Financeiras) sobre títulos como CDBs e fundos DI ainda não está definida. Por isso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, publicamente, disse nesta terça-feira que as ações não estão em estudo. Mas, nos bastidores, sabe-se que o assunto vem sendo tratado no Grupo de Trabalho de Mercado de Capitais, que reúne Fazenda, BC e Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo um técnico do governo, o plano inicial era acabar com as LFTs (títulos públicos atrelados à Selic), que respondem por quase 30% da dívida pública federal, mas isso seria inviável. O problema é que ainda há demanda por esses títulos e o “Tesouro não teria como simplesmente deixar de emiti-los”.
Na visão do professor da Unicamp e especialista em contas públicas Francisco Lopreato, o governo precisaria de pelo menos dois anos para eliminar as LFTs da economia.
— O perfil da dívida melhoraria, mas a melhor forma de fazer isso não é taxando investimentos — diz Tiago Berriel, professor da Escola de Pós-graduação em Economia da FGV.
A necessidade de aumentar a eficiência da política monetária passa também por retirar entraves à queda da Selic. Se a taxa ficar baixa demais surgem distorções, como na poupança. A caderneta tem retorno fixo, enquanto fundos atrelados à Selic têm ganho flutuante. Juros baixos podem levar a uma migração para a poupança, em busca de retorno garantido por lei, gerando desequilíbrios no mercado.
Porém, aumentar impostos sobre os investimentos atrelados à Selic pode complicar mais o quadro, diz Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac, associação dos executivos de finanças.

Fonte: Notícias Yahoo

"Trabalhamos para um lucro maior", diz Graça Foster.


No primeiro dia à frente da Petrobras, Maria das Graças Foster, 58 anos, deixa claro que exigirá o máximo de funcionários e parceiros. Uma coisa que não tolera, avisa a mineira de Caratinga, é discutir com quem não sabe. Promete "um lucro melhor, maior do que o de 2011 (R$ 33 bi) e de 2010 (R$ 35 bi)". E admite que em algum momento terá que reajustar preços dos combustíveis, mas sem ingerência política. Em sua sala na sede da estatal, no 23º andar da Av. Chile, a botafoguense sorri quando acha, em meio a planilhas, a letra do samba da União da Ilha. Em outro momento descontraído, conta que, quando garota, lia e escrevia cartas para vizinhos do Morro do Adeus, no melhor estilo "Central do Brasil".
O GLOBO: Como foi seu primeiro dia como presidente da Petrobras?
MARIA DAS GRAÇAS FOSTER: Até agora, não tinha dado espaço para a emoção. Ela só veio domingo agora, quando comecei a escrever meu discurso, pelo fato de ser uma responsabilidade gigante perante os colegas, porque você é resultado do trabalho deles.
Como é o estilo Graça de gestão?
GRAÇA: Eu sou muito objetiva. Eu preciso ser interrompida, ser questionada, mas tem que ter argumentos técnicos, de natureza econômica. Porque o tempo é muito curto para uma empresa desse tamanho.
A exigência de conteúdo nacional, que esbarra na limitação da capacidade da indústria nacional em atender à forte demanda de encomendas da Petrobras, pode ser um entrave aos projetos? A Petrobras vai pressionar as indústrias a se capacitarem?
GRAÇA: A indústria de petróleo no mundo está aquecida, todas as outras grandes companhias têm investimentos muito expressivos. Estamos competindo com elas na indústria de bens e serviços, e no Brasil também. O conteúdo local não acontece se ficar frouxo. Ele (fornecedor) não pode achar que vai ser como ele quer, senão não vai ter encomenda.
Os acidentes da Chevron, no campo de Frade, e no campo Carioca Nordeste, no pré-sal, farão a Petrobras mudar suas normas de segurança?
GRAÇA: O que ocorreu no campo de Macondo (Golfo do México), no Campo do Frade e no Carioca Nordeste foram coisas diferentes. Mas percebi na área de Exploração e Produção uma mudança na cultura. Eles incorporaram a questão da prevenção, que é mais importante que tudo. De outubro de 2010 a dezembro de 2011, fizemos 185 auditorias internas em nossas unidades, cumprindo um termo de compromisso com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). As nossas auditorias estão sendo muito mais rigorosas do que qualquer órgão regulador.
Como a senhora vê a discussão sobre a divisão dos royalties? E a possibilidade de se aumentar a cobrança das Participações Especiais (PEs), que atingiria diretamente a empresa?
GRAÇA: Nem pensar em aumentar a PE. Aí vocês vão ver esta moça aqui entrar no debate. Com relação aos royalties, qualquer operadora quer ver essa situação resolvida.
E a participação da estatal venezuelana PDVSA na refinaria Abreu e Lima? Sai ou não sai?
GRAÇA: Não se pode prosseguir sem que eles resolvam seus problemas com o BNDES. Quando isso acontecer, vamos nos sentar e conversar.
Como atender a uma demanda crescente por combustíveis?
GRAÇA: Quem vende quer mercado, e eu me considero uma vendedora. O país cresce, excelente. A indústria automobilística cresce. Como vendedora, espetacular, fico rindo à toa. Temos todas as refinarias do país e estamos construindo outras quatro.
O lucro caiu à metade no último trimestre de 2011, entre outras coisas por causa do aumento de importação de combustível. Vai continuar a cair?
GRAÇA: Comparado com igual trimestre de 2010, houve resultado ruim, sim. Mas não analisamos esse resultado só em um trimestre. Ele não pode ser uma tendência.
Parte da perda do ano passado também foi por causa do preço dos combustíveis. Eles vão subir?
GRAÇA: Evidentemente que, num determinado momento, os preços terão que ser ajustados. Comparando 2011 com 2010, tivemos uma diferença de R$ 2,8 bilhões, o que é muito.
O que a senhora tem a dizer para o investidor que viu o lucro da companhia cair no último ano?
GRAÇA: Trabalhamos para que a gente tenha este ano de 2012 um lucro melhor, maior do que o de 2011 e maior do que de 2010. Não tenha dúvida disso.
Mas e o controle da inflação pelo governo, que pode segurar os preços dos combustíveis, não influencia?
GRAÇA: A Petrobras não participa da discussão da inflação no país. Não existe essa pauta. Na reunião com o controlador, a gente mostra o conjunto da obra, mostra a projeção dos preços do barril de petróleo, as projeções de câmbio e PIB, o endividamento, uma série de indicadores.
Os investidores se queixam da ingerência política na gestão da companhia. Com a sua lealdade prometida à presidente Dilma Rousseff, no discurso de posse, os investidores não têm que se preocupar mais?
GRAÇA: Tem investidores de curtíssimo, de médio e longo prazo. Quem compra ações da Petrobras sabe que está comprando ações de uma estatal. E compra com a segurança de que essa empresa também sofre a influência positiva do governo. Acho inimaginável o presidente de uma empresa como a Petrobras que não tenha junto à presidente do país uma relação de absoluta fidelidade.
Os novos diretores (José Formigli e Alcides Santoro) são técnicos escolhidos pela senhora. Mas e a escolha de José Eduardo Dutra para ocupar a recém-criada diretoria de Gestão Corporativa?
GRAÇA: Eu não vejo essa diretoria com uma cara política. A criação dessa diretoria está em discussão desde 2007 e ela não tem atividade política. Dutra foi presidente da BR, da Petrobras, é um técnico.
A senhora se filiou ao PT em 2008. O PT é uma das estrelas tatuadas em seu braço? O que elas significam?
GRAÇA (rindo): Eu tenho três (estrelas) mais visíveis, e tenho outras estrelinhas também. Mas nunca ninguém ouviu o significado delas. Nem meus filhos sabem. Tem uns quatro anos. Agora, quando me filiei ao PT, não via nem vejo nenhum problema nisso, é uma decisão da cidadã que optou por ter uma filiação ao partido. Não tenho nenhum envolvimento maior com o PT porque não tenho tempo.
Assim como Gabrielli, a cidadã Graça tem ambição política? Pensa em se candidatar?
GRAÇA: Nenhuma! Eu participei da campanha do presidente Lula, fui para a rua, levei bandeira e não era filiada ao PT. Depois, com a presidente Dilma, a mesma coisa. Foi divertidíssimo, mas foi cansativo. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
E como a senhora pretende enfrentar as pressões de aliados políticos?
GRAÇA: Eles vêm e você tem que conversar. Dessa relação quero tirar o máximo para a Petrobras. Essas pessoas trabalham, têm missão, são grandes aliados, no sentido que nos defendem como empresa estatal. É meu dever conversar com eles.
A senhora morou no Complexo do Alemão. Teve uma infância difícil?
GRAÇA: Difícil é relativo. A gente nunca deixou de estudar, nunca sentiu fome. Sempre moramos em casa muito humilde, simplesinha, mas limpa, radiante e com uma mãe muito amorosa. Depois, mudamos para um apartamento pequeno na Ilha do Governador.
A senhora foi catadora de papel?
GRAÇA: Não é tão verdadeiro... Meu primeiro trabalho de carteira assinada foi como estagiária na Petrobras. Dei aula de inglês, matemática. Quando morei no Morro do Adeus, fazia um trabalho mais legal. Eu escrevia e lia cartas para as pessoas, quando tinha 8, 9 anos. E ganhava uma moedinha, comprava uma borracha. Fazia porque me davam um agrado. Com uns amigos, catávamos coisas, sim: lata, jornal, coisas para vender. Conseguia um dinheirinho para encapar um caderno, comprar uma lavanda para minha mãe.
Que conselho a senhora daria para outras pessoas humildes que hoje estão lá?
GRAÇA: Primeiro é querer estudar. Tem que ter aquela força interior, essa tem que vir dos seus pais, ou da gente mesmo. Tem que ter coragem. Quantas pancadas eu tomo? Preconceito, nunca senti, porque enfrento.
E como mulher, já foi discriminada?
GRAÇA: Nunca senti. Eu elimino o preconceito me preparando muito para as reuniões. Porque ninguém cala a boca de quem sabe.
O que a senhora não tolera?
GRAÇA: Eu não tolero sentar com uma pessoa despreparada e que quer impor um tom de autoridade.
Por que a presidente Dilma chamou a senhora de Graciosa na segunda-feira (na véspera, durante a posse)?
GRAÇA: Ela sempre me chama assim. Menos quando está zangada. Aí é Graça mesmo.... (rindo)

Fonte: O Globo

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Leilão dos aeroportos termina com ágio de até 673%


No total, governo arrecadou R$ 24,5 bilhões, 348% do acima preço mínimo. Invepar, que venceu disputa por Guarulhos, controla o metrô do Rio

O leilão dos aeroportos privatizados nesta segunda-feira terminou com ágio máximo de 673,39%, na oferta de R$ 4,501 bilhões feita pelo grupo Inframerica Aeroportos pela concessão do Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília. O consórcio Invepar venceu a disputa pelo aeroporto de Guarulhos com uma proposta de R$ 16,2 bilhões, ágio de 373,5% sobre o preço mínimo. Já o aeroporto de Viracopos ficou com o grupo Aeroportos Brasil, com valor de R$ 3,821 bilhões e ágio de 159,8%. No total, o governo arrecadou R$ 24,535 bilhões e o ágio médio de 348% sobre os preços mínimos estabelecidos.
O consórcio Invepar, que ganhou Guarulhos, é formado pela brasileira Invepar, uma empresa de investimentos em infraestrutura criada pela construtora OAS e que tem como acionistas os fundos de pensão Funcef (Caixa), Previ (BB) e Petros (Petrobras). A Invepar tem concessão do Metrô do Rio até 2038 e também controla a Lamsa, operadora da Linha Amarela do Rio e é responsável pela concessionária da rodovia Rio-Teresópolis. A Invepar detém 90% do consórcio vencedor de Guarulhos. O restante provém da operadora dos principais aeroportos sul-africanos ACSA. A sul-africana transportou mais de 30 milhões de passageiros no ano passado.
O consórcio Aeroportos Brasil, que levou o aeroporto de Viracopos, é dividido em 45% da Triunfo Participações e Investimentos, empresa brasileira que detém concessões rodoviárias, terminais privativos de portos e hidrelétrica, 45% da UTC participações, que controla a Constran, construtora paulista com longa experiência em obras públicas e mais 10% da Egis Airport Operation, operadora francesa de aeroportos com forte atuação em aeroportos africanos.
Já o Consórcio Inframerica Aeroportos, que ficou com o aeroporto de Brasília, é formado por 50% da Infravix Participações, empresa do grupo Engevix e outros 50% da operadora de aeroportos argentinos Corporación América. A argentina transportou 47 milhões de passageiros em seus aeroportos administrados no ano passado.
O resultado final do leilão de três dos principais aeroportos do país foi comemorado pelo ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt. Segundo ele, o ágio de 348% sobre o valor mínimo da outorga dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília mostrou que o país é um ambiente seguro para o investimento.
— De novo o Brasil deu uma demonstração que é um ambiente seguro de investimento. Ter um certame com tanta disputa mostra isso — afirmou.
O presidente da Invepar que arrematou o aeroporto de Guarulhos, Gustavo Rocha, disse que jogou para ganhar e que fez estudos por 8 meses com mais de 100 pessoas para chegar aos R$ 16,2 bilhões oferecidos. O valor foi tão alto que o aeroporto não teve novos lances.
— Não tenho dúvida que é uma ótima oportunidade de investimento e que vamos entregar aos acionistas e aos usuários o que eles esperam — que estima para entre 2016 e 2017 um movimento de entre 50 e 55 milhões de passageiros em Guarulhos, projeção acima do mercado.
O presidente da Triunfo, Carlo Bottarelli, apesar de reconhecer que as ações de sua empresa caíram 6% após conquistar o aeroporto de Viracopos lembrou que o ágio pago pelo aeroporto foi o menor dentre os três ofertados.
— A dinâmica do leilão mostrou que cada grupo tinha um foco. Num jogo desse tínhamos que dar um winner na entrada. Estamos confiantes.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar até 80% do investimento total previsto no edital do leilão para os três aeroportos. O prazo do empréstimos será de até 15 anos para os terminais de Guarulhos e de Brasília e de até 20 anos no caso de Viracopos.
Em termos nominais, o valor arrecadado com o leilão dos três aeroportos é o maior já registrado R$ 24,5 bilhões. Porém, o maior leilão de privatização já realizado no país ocorreu em 1998 com a venda do Sistema Telebrás - R$ 22 bilhões que, em valores atualizados pelo IPCA, hoje corresponderia a R$ 51,044 bilhões. Em dólares, o valor arrecadado com os três aeroportos é de US$ 14,26 bilhões. Já o da venda do Sistema Telebrás, considerando a taxa de câmbio da época, era de ou US$ 18,91 bilhões.
Para CNI, privatização é “quebra de paradigma”
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou na tarde desta segunda-feira nota de apoio a privatização do aeroportos. A entidade classificou a transferência das operações dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Viracopos para a iniciativa privada como uma “quebra de paradigma”. Segundo a CNI, o aumento da participação do setor privado na gestão dos serviços é um dos principais caminhos para reduzir o elevado déficit na infraestrutura do país.
“A eliminação desse déficit é decisiva para reduzir os custos das empresas e garantir a competitividade da indústria brasileira", diz o texto.
Ao final, a CNI alerta, no entanto, “que o ideal seria a elaboração de um plano geral de outorgas para os aeroportos, indicando os próximos passos do governo na privatização do setor”
Manifestação esvaziada
Do lado de fora da Bovespa, onde ocorreu o leilão, cerca de 40 sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) protestaram contra a privatização dos aeroportos. A central sindical é contra tirar a Infraero do controle dos aeroportos mais rentáveis do país. A entidade também questiona a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como financiador dos investimentos.
A presença de companhias de fora do Brasil foi uma exigência do edital, ao estabelecer que cada consórcio tivesse um operador que tenha transportado ao menos 5 milhões de passageiros no ano passado.
A estatal Infraero, atualmente responsável pelos aeroportos no Brasil, será sócia dos concessionários privados, com participação de 49% nos terminais.
Os três aeroportos têm prazo de concessão diferentes. São 20 anos para Guarulhos, 25 anos para Brasília e 30 anos para Viracopos.
Além da outorga, os concessionários terão que ceder um percentual da receita bruta ao governo, dinheiro que irá para um fundo cujos recursos serão destinados ao fomento da aviação regional.
Aeroportos privatizados receberão R$ 16 bilhões
Os concessionários que venceram a disputa deverão investir cerca de R$ 16 bilhões nos três aeroportos durante a concessão, sendo cerca de R$ 2,9 bilhões antes da Copa do Mundo de 2014.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os três aeroportos juntos respondem por 30% do trânsito de passageiros no Brasil, por 57% das cargas e por 19% da movimentação de aeronaves.

Fonte: Folha.com 

Leilão dos Aeroportos


Consórcios enfrentam ceticismo do mercado, mas garantem que têm capacidade para pagar outorgas e investir

As dúvidas sobre a capacidade de os consórcios vencedores do leilão dos três aeroportos honrarem investimentos fez com que as empresas partissem nesta quarta-feira para o contra-ataque, mostrando que são capazes de assumir o plano de modernização dos terminais. Mas analistas temem o real potencial destes grupos e a possibilidade de uma redução da qualidade das obras para baratear os custos e fazer frente aos compromissos assumidos.A Triunfo Participações contestou a avaliação do mercado de que não teria condições de arcar com a outorga do aeroporto de Viracopos, em Campinas. O presidente da companhia, Carlo Bottarelli, afirmou em teleconferência com analistas de mercado que a geração de caixa atual do aeroporto, estimada em R$ 130 milhões em 2011, já seria mais do que suficiente para pagar o valor anual da outorga — de R$ 127,4 milhões. Parte das dúvidas sobre a Triunfo se baseia na perda da concessão da rodovia Ayrton Senna (SP), em 2009, por falta de garantias. A empresa culpa a seguradora de não ter cumprido com seus compromissos. Para Bottarelli, a chance de um fato como esse se repetir é nula.
Sobre Viracopos, o executivo lembrou que os estudos levados a cabo pela Triunfo e demais participantes do consórcio (UTC e a francesa Egis Ariport Operation) mostraram que a necessidade de investimentos é 32% menor do que a estimada pelo governo. A empresa prevê R$ 7,8 bilhões para a ampliação e manutenção do aeroporto nos 30 anos da concessão, contra R$ 11,5 bilhões estimados pelo governo.
— E temos que considerar que a nossa participação na administração do aeroporto, e nossos dividendos, estarão limitados a 23% do total. Isso porque a Infraero é sócia com 49% — disse.
O executivo ironizou a observação negativa que a Triunfo recebeu da agência de risco Fitch. Ele disse que se sentiu lisonjeado por ver o nome da empresa pela primeira vez nos painéis de notícias e se colocou à disposição para esclarecer detalhes do projeto para a instituição. Depois de terem caído 10% por causa da concessão, os papeis da Triunfo subiram 6,54% ontem. O avanço se deu num dia em que o Ibovespa caiu 0,13%.
No caso de Guarulhos, estima-se que a Invepar e seus sócios precisarão triplicar as receitas do aeroporto, que devem atingir R$ 1 bilhão este ano, para fazer frente aos R$ 810 milhões anuais e quitar os R$ 16 bilhões pela outorga do terminal, além de realizar os investimentos previstos, garantindo retorno de 6% ao ano. O presidente da companhia, contudo, estima que o crescimento no número de passageiros será maior que o estimado, bem como o da receita não-tarifária, na locação de áreas do aeroporto, por exemplo.
O Consórcio Inframérica, que levou a concessão de Brasília, informou em nota que tem capacidade para honrar os compromissos. A empresa lembrou que Brasília é um hub (centro de distribuição de voos) e deverá contar com 34 milhões de passageiros/ano até o fim do contrato. A exploração comercial do aeroporto será uma grande fonte de renda. “O Consórcio pretende atingir uma receita comercial nos padrões internacionais já alcançados pela Corporación América em seus aeroportos ao redor do mundo e que, hoje, não encontramos nos aeroportos do país”.
Mantega: governo vai avaliar capacidade das empresas
O presidente da Infraero, Gustavo do Vale, que compareceu à inauguração do novo terminal de Guarulhos — a estrutura emergencial conhecida como “puxadinho” — disse ontem não acreditar que os consórcios vencedores terão problemas para manter os investimentos, lembrando que o governo vai fiscalizar e que há multas previstas no contrato:
— Há absoluta confiança no processo e nos novos sócios.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo vai avaliar a capacidade financeira e de gerenciamento dos grupos vencedores:
— As empresas têm que ter capacidade própria de financiamento, de investimento e de gerenciamento. Elas vão poder contar com o BNDES, porque em qualquer país do mundo você tem fontes de financiamento, mas têm que ter capacidade própria.
Mantega assegurou que os recursos da concessão não serão utilizados pelo governo para abater juros da dívida pública. Embora Gustavo do Vale, da Infraero, tenha admitido que outros terminais possam ser concedidos à iniciativa privada ainda neste ano — lembrando que não há decisão sobre isso — Mantega disse que o governo não estuda fazer novas concessões de aeroportos neste momento. Segundo ele, o plano é criar, ao longo do tempo, uma rede nacional composta por aeroportos principais e regionais, sendo que os menores receberão a ajuda das novas receitas de concessão:
— Não é correta a informação de que o governo estaria estudando a concessão para estados e municípios de aeroportos regionais. Não está previsto neste momento. Estamos pensando em criar uma rede de aeroportos, que tem os aeroportos principais e os regionais, e é por isso que os recursos arrecadados com a concessão não irão para o Tesouro, não serão utilizados para o pagamento de dívida.

Fonte: O Globo

Melissa finca os pés em Nova York


De olho no mercado de moda internacional, marca abre loja em rua badalada do Soho

Um passo ousado para conquistar o mercado internacional foi dado nesta quarta-feira pela Grendene com a abertura da Galeria Melissa no SoHo, bairro dos descolados e das grifes famosas em Nova York. Maior exportadora de calçados do país, a Grendene quer iniciar, na Greene Street, na vizinhança de grifes como Louis Vuitton e Stella McCartney, uma presença nos lugares que ditam a moda internacional.
— Muitas marcas estão se dirigindo para cá, são marcas cult, referência na moda. Queremos fazer moda, e não seguir tendências — diz Francisco Schmitt, diretor de relações com investidores da Grendene, em Nova York.
A primeira Galeria Melissa foi aberta há cinco anos, na Rua Oscar Freire, nos Jardins, em São Paulo. Não há planos para uma loja semelhante no Rio, mas sim na Europa e na Ásia. A China é o mercado que mais cresce para a Grendene, que vendeu 54 milhões de pares para o exterior em 2010 (38% do total de vendas do Brasil). Os planos de abertura de novas galerias Melissa no exterior são para curto prazo, mas sem datas nem cidades definidas.
O investimento para a abertura de uma loja do tipo oscila entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões. A grande questão, segundo Schmitt, é achar o ponto certo:
— Serão pelo menos uma cidade na Europa e uma na Ásia. O ponto é fundamental. Queremos locais influentes.
O diretor lembra que o Brasil já ocupou, nos anos 1980, o lugar que a China detém hoje, de maior exportador de calçados do mundo, com base na mão de obra barata. Hoje, os asiáticos são imbatíveis por esse critério, e a Grendene procura garantir seu lugar no mercado investindo em design.
— Se o Brasil quiser sair do modelo de exportação de commodities, vai ter que achar o caminho de exportar inteligência, valores brasileiros, arte brasileira — disse Schmitt, acrescentando que as vendedoras da loja do SoHo foram recrutadas entre brasileiras que já moravam em Nova York.
O diretor da Grendene explica que a galeria expõe apenas a coleção atual. Mas destaca que a empresa está ligada ao sentimento de nostalgia associado às coleções Melissa, que têm mais de 30 anos. Por isso, de tempos em tempos, há relançamentos.
Ao longo desses anos, a Melissa passou por aquilo que executivos e especialistas em marketing definem como “reposicionamento de marca”. Deixou de ser popular e passou a se dirigir a um público de renda mais alta, com parcerias com estilistas como Jean-Paul Gaultier. Alguns modelos chegaram a ser vendidos a R$ 800.
Em Nova York, a marca já era vendida em 40 a 50 revendedores selecionados a dedo, como o Saks Fifth Avenue, loja de departamento de luxo na Quinta Avenida. No Brasil e em mais de 90 países, são quatro mil lojas parceiras.
Com a galeria, a empresa almeja reforçar a marca com os milhares de turistas brasileiros que passam pela cidade.
— Com certeza, todos esses brasileiros que estão viajando para o exterior vão reforçar a adesão à marca — disse Paulo Pedó, diretor de marketing da Melissa.

Fonte: O Globo

Carga tributária de 2011 deve bater recorde, chegando a 36% do PIB


Resultado previsto em estudo de economista é superior à marca histórica de 2008

Turbinada pela arrecadação de impostos federais, a carga tributária deve bater novo recorde em 2011, chegando a 36,2% do Produto Interno Bruto (PIB), com crescimento de dois pontos percentuais em relação a 2010. A previsão está em estudo dos economistas José Roberto Afonso, Kleber Castro e Marcia Matos, que criou o Termômetro Tributário, um acompanhamento mensal da evolução das principais receitas no Brasil — 85% do total — a partir de informações oficiais. O resultado de 2011, que precisa ser consolidado pelas três esferas de governo, supera a marca de 2008, quando a carga tributária atingiu o recorde de 35,6% do PIB. Em 2010, pela metodologia utilizada de Afonso, a carga chegou a 34,2% do PIB.
— Na série histórica da carga bruta global, a variação de dois pontos do PIB em 2011 foi o salto mais expressivo desde 2000 — destacou.
Outra constatação do estudo é que a expansão da carga em 2011 não foi generalizada, mas concentrada nos tributos federais. No ano passado, 85% do aumento vieram de impostos recolhidos pela Receita Federal.
A arrecadação federal cresceu 1,98 ponto percentual do PIB na comparação com 2010, enquanto a soma dos principais impostos estaduais (ICMS e IPVA) teve um incremento de apenas 0,02 ponto percentual do PIB. Com essa performance, a carga de tributos estaduais ficou abaixo do montante registrado em 2008. Alcançou 7,79% do PIB em 2011 contra 7,93 % naquele ano.
Carga global frente a 2000 é 17% superior
O economista comparou a carga global projetada para 2011 com a de 2000, concluindo que é 17% superior. Nessa comparação também fica evidente o crescimento mais intenso do bloco de tributos federais, que cresceu 18%, enquanto o conjunto de tributos estaduais, apenas 5%. Entre 2000 e 2011, o aumento da arrecadação do ICMS cresceu apenas 3%, contra 17% da receita federal administrada e 21% da receita previdenciária.
O estudo mostra que dez setores responderam por 67% do incremento total da receita. O financeiro é responsável por 19% do ganho total. Em segundo, aparece o de extração mineral. Esse desempenho tão diferente da arrecadação federal refletiria uma economia dual, na visão do economista. Enquanto alguns setores crescem em ritmo chinês, os demais seguem padrões latinos.
Pelos cálculos do economista Amir Khair, outro especialista em tributos, a carga tributária deve crescer 1,7 ponto percentual do PIB em 2011, na comparação com 2010, pelo aumento do Imposto de Renda. Ele também destacou o papel da Previdência no aumento da arrecadação, por causa da formalização crescente de mão de obra e de ganhos reais nos salários.
Para 2012, Khair prevê que a carga tributária vai depender da política fiscal do governo.

Fonte: O Globo

Ovos de Páscoa vão ficar até 9% mais caros este ano


Setor estima crescimento da produção na ordem de 20% e aposta em produtos para adolescentes e crianças


Nem chegamos ao carnaval e os produtores de chocolate já fecharam suas contas para Páscoa: a produção deve ficar 20% maior do que em 2011 e os preços dos ovos de Páscoa até 9% mais altos. Alguns fabricantes, como Garoto e Nestlé, afirmam que, na média, seus reajustes vão acompanhar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — referência para a inflação oficial — que fechou 2011 com alta de 6,50%. Outras empresas, no entanto, como a líder de vendas para a data, a Lacta, vão elevar os preços entre 8,5% e 9%.
Os aumentos, dizem os fabricantes, refletem a alta dos custos de mão de obra, cacau e leite. Tema também amargo para o setor é a carga tributária: 34% de impostos. De qualquer forma, dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) mostram que o setor vai bem, obrigada.
— Nos últimos dois anos o setor cresceu 35%. O consumo per capta de chocolate no país é de 2,2 kg por habitante. Há dois anos, era 1,65kg. O setor vai bem, obrigado — diz Ubiracy Fonseca, vice-presidente de chocolate da Abicab.
Fonseca revela que, em 2011, foram produzidas 18 mil toneladas de produtos de chocolate para a Páscoa. E houve um aumento de consumo de cerca de 7% em relação ao ano anterior. A associação, no entanto, não faz estimativas para 2012.
— O Brasil é o quarto maior produtor de chocolates do mundo. Temos produto de alta competitividade — afirma Fonseca.
A Lacta produzirá 27 milhões de ovos de chocolate em 2012, dois milhões a mais do que em 2011. A Kopenhagen, do Grupo CRM, aumentará sua produção em 28% e os preços de 5% a 7,5%, informa a vice-presidente executiva do grupo, Renata Moraes Vichi:
— No ano passado, dez dias antes da Páscoa alguns produtos já estavam esgotado – conta Renata.
Os produtos clássicos mais procurados pelos consumidores da Kopenhagen custam entre R$ 74,90 (ovo de 350g) até R$ 129,90 (ovo de 650g). Para esta Páscoa a novidade da marca é a “galinha dos ovos de ouro”, fabricada em louça branca, com ovinhos de chocolate (R$ 89,90).
Astro pop, filme e personagens infantis são apostas para aumentar vendas
Vice-líder com 23% de participação no mercado de Páscoa, a Nestlé espera um crescimento de 5% neste ano. O reajuste nos preços dos produtos ficará entre 3% a 4%, índice abaixo da inflação, segundo Ricardo Bassani, gerente de marketing de chocolates da empresa:
— Há ovos que não tiveram aumento. Até por uma questão de competitividade procuramos repassar o mínimo de reajuste para o consumidor.
Uma das vedetes da empresa neste ano é um produto para o público teen feminino: o ovo de Páscoa do astro internacional Justin Bieber, ao preço médio de R$ 24,90.
— O brinde é um colar semelhante ao que ele usa. Além disso, vem uma foto autografada e vale um download gratuito de uma música de Bieber — revela Bassani.
Já a Garoto aposta no sucesso do filme “Crepúsculo” com o lançamento de produto que traz uma pulseira como brinde.Terceira marca no mercado de Páscoa, a Garoto vai reajustar seus produtos em 3%, em média, segundo André Barros, gerente executivo de marketing.
O gerente comercial da fabricante de chocolates Village, Reinaldo Bertagnon, diz que diferentemente do que acontece com o panetone no Natal, os produtos de Páscoa não tem “concorrentes”:
— No fim de ano, as pessoas têm 13 salário, mas pagam dívidas, compram telefone celular, presentes e até mesmo o peru. A Páscoa é um evento onde os presentes são únicos: chocolate e bolo pascal — fala Bertagnon.
A Cacau Show é a empresa com mais lançamentos para a Páscoa: 14 produtos. O presidente e fundador da empresa, Alexandre Costa, diz que os ovos com a casca recheada continuam sendo o carro-chefe da data. Alguns produtos, como o ovo de Páscoa crocante de 400g, não sofrerão reajuste.
— Esperamos crescer no primeiro quadrimestre 28,7% em valor de vendas — afirma Costa.
Na Top Cau, os ovos com brindes infantis correspondem a 75% do portfólio da empresa. A Arcor pretende crescer 20% neste ano, não só com ovos de Páscoa, mas também com as linhas regulares de chocolate, segundo Oswaldo Nardinelli Filho, diretor geral da marca no Brasil.

Fonte: O Globo

Dez maiores bancos têm 85% dos ativos e concentração deve crescer


Novas aquisições à vista. Setor ainda apresenta juros e tarifas elevados

A expectativa dos analistas de que o Banco do Brasil atinja R$ 1 trilhão em ativos totais este ano e a aproximação entre os indicadores de Bradesco e Itaú — segundo balanço divulgado terça-feira, o Itaú atingiu em dezembro de 2011 R$ 851,3 bilhões em ativos totais, enquanto o Bradesco ficou com R$ 761,5 bilhões — evidenciam o aumento da concentração no setor. Há dez anos, diz o especialista em setor bancário Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Rating, os dez maiores bancos brasileiros detinham 65% dos ativos totais do setor. No ano passado, a parcela era de 85%.
O movimento de consolidação do setor bancário brasileiro, iniciado a partir da queda da inflação com o Plano Real em 1994, acelerou-se a partir da primeira década do século 21 com a entrada dos conglomerados estrangeiros, o acirramento das operações de fusões e aquisições entre bancos e a própria crise econômica em 2008 nos Estados Unidos e na Europa.
E não só na intermediação de recursos que os bancos se concentram. Segundo levantamento da CardMonitor, empresa de pesquisa do mercado de meios eletrônicos de pagamentos, os cinco maiores bancos emissores de cartões detinham 68% do mercado em 2005. No ano passado, a fatia subiu para 81%. Ainda assim, Rodrigues afirma que este movimento de consolidação ainda está longe de ter se esgotado. Os pequenos e médios bancos brasileiros, que cresceram em número por conta da popularização do crédito consignado, ainda não se recuperaram completamente do encurtamento do crédito após a crise e das regras mais restritivas impostas pelo Banco Central.
— O mercado caminha para mais concentração porque os menores não estão totalmente livres de problemas de capitalização e seus controladores não têm fôlego para isso. Prevemos fusões e aquisições nesta faixa — diz Rodrigues.
‘Concentração é parte de problema’
Tal concentração e aumento da concorrência não foram capazes de trazer para baixo nem as taxas de juros cobradas em empréstimos, cheques especiais ou cartões, nem as tarifas cobradas pelas instituições por seus serviços. As diferenças, observa o consultor e ex-economista-chefe da Febraban, Roberto Luis Troster, são gritantes e evidenciam, de um lado, problemas de eficiência das instituições e, de outro, desequilíbrios tributários, de regulamentação e de política monetária, como os compulsórios.
— Enquanto a taxa básica de juros, a Selic, cresceu 0,25 ponto percentual em 2011, os juros do crédito pessoal, sem contar os empréstimos consignados, subiram 45 vezes mais. O Itaú cobra 8,84% pelo cheque especial, enquanto a Caixa cobra 7,98%. A concentração é apenas parte dos problemas — diz Troster.
Há quem discorde. O professor do Centro de Estudos Avançados e Multidisciplinares da Universidade de Brasília, Newton Marques, ex-analista econômico do Banco Central, afirma que os grandes bancos competem entre si por ativos, mas o BC, com uma regulamentação frouxa, permite que bancos façam acordos tácitos que inibem a concorrência do ponto de vista dos clientes.
— São táticas de oligopólio. — diz ele.
Na avaliação da professora do Instituto de Economia da UFRJ Jennifer Hermann, a concorrência não aumentou:
— Os spreads e a lucratividade dos bancos não caem porque a concorrência não aumentou. O custo para mudar de banco é gigantesco no país, as taxas mal explicadas pelos bancos e não temos uma legislação antitruste capaz de evitar, por exemplo, uma fusão entre o Itaú e o Unibanco, que acabou acelerando o movimento de concentração de outros bancos.
A aproximação entre o Bradesco e o Itaú em termos de ativos totais é o resultado de uma estratégia agressiva de crescimento que o Bradesco adotou no dia seguinte ao anúncio da fusão entre Itaú e Unibanco e que focou, segundo o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ Luiz Fernando de Paula, no aumento de agências e funcionários — seguindo a tradição do banco de ter uma presença geográfica enorme — e na captação, para sua base de clientes, de gente que nunca teve uma conta bancária na vida, surfando na emergência das classes C e D. Além disso, também avançou em pequenas e médias empresas, um segmento onde o Bradesco é líder em empréstimos. O Itaú, por sua vez, não desprezou os segmentos onde é líder, como private banking, banco de investimento e as soluções para grandes empresas.

Fonte: O Globo