Na semana do vencimento de opções sobre ações, o Ibovespa registrou ganhos de 0,63% no período entre 16 a 20 de abril, fechando esta sexta-feira (20) aos 62.105 pontos, ao quebrar uma sequência de quatro semanas no vermelho.
As ações preferenciais da Oi (OIBR4) foram o principal destaque de alta nesta semana dentre os papéis que compõem o Ibovespa, com valorização de 10,73%, cotadas a R$ 9,70 cada. Enquanto isso, os ativos da Cielo (CIEL3) recuaram 8,23% no período, a principal queda dentro do índice, terminando a R$ 59,65 cada.
Petrobras e Vale
Os ativos da Petrobras (PETR3, -0,27%, R$ 22,38; PETR4, -0,97%, R$ 21,46) estenderam as baixas da semana anterior. No noticiário corporativo, chamou a atenção a estatização forçada da petrolífera YPF pelo governo argentino, que trouxe à tona a possibilidade de que ocorresse o mesmo com os ativos da estatal brasileira por lá, o que foi negado pelo ministro de Minas e Energia, Edinson Lobão. Mesmo assim, a companhia deve realizar novos investimentos na Argentina.
Já as ações da Vale (VALE3, +0,84%, R$ 43,08; VALE5, +0,38%, R$ 41,93) tiveram alta. Durante a semana, a companhia divulgou dados prévios de sua produção no primeiro trimestre, que foi bastante influenciada pela chuva. Além disso, a companhia aderiu à plataforma de negociação de minério de ferro na China.
Espanha ainda nos holofotes
A Espanha continuou em pauta, sobretudo após o Banco Central do país divulgar que a inadimplência do crédito bancário do país atingiu o maior nível desde 1994. Christine Lagarde, a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), disse que as autoridades espanholas estão trabalhando para resolver as dificuldades do setor bancário do país e que a Zona do Euro dispõe de recursos para ajuda, se necessária.
O FMI elevou as expectativas para o crescimento da economia mundial em 2012, mas alertou para a possibilidade da Itália possivelmente não cumprir a meta de redução de déficit em 2012 e 2013. Já a agência de classificação de risco da Moody's atrasou o plano de revisão dos ratings de mais de 100 bancos europeus, que era para ser concluído esta semana. José Viñals, diretor de mercado monetário e de capitais do FMI, afirmou que os países europeus precisam intensificar a luta contra a crise, afirmando que o BCE (Banco Central Europeu) já fez demais.
Na agenda econômica do continente, chamou a atenção o superávit de € 2,8 bilhões na balança comercial da Zona do Euro em fevereiro, embora a confiança do consumidor da Zona do Euro tenha recuado em abril após três meses de ganhos. Contudo, a confiança do empresário alemão registrou sua sexta alta mensal consecutiva.
Brasil: juros menores e briga por representação
Por aqui, a principal referência foi a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que terminou com um corte em 75 pontos-base na taxa básica de juro brasileira, para 9% ao ano. Essa decisão já era amplamente esperada pelo mercado, que projeta mais um corte de 0,50% na taxa básica de juros antes do final do ano. A intenção é estimular a economia nacional. A taxa de juro também foi pauta na Índia, onde o Banco Central optou pelo corte pela 1ª vez desde 2009, também como forma de estímulo ao crescimento.
Além disso, a briga por representação do País em mecanismos internacionais também chamou atenção. Isso ocorre após o anúncio que o Banco Mundial deverá ser presidido pelo norte-americano de origem sul-coreana Jim Yong Kim nos próximos cinco anos. Guido Mantega reiterou que o Brasil não irá fazer novos aportes de recursos no FMI enquanto não houver sinais de avanço nas reformas da instituição. Neste sábado, Mantega pedirá maior representação para emergentes no FMI e criticará a vigilância do fundo e a política de austeridade alemã.
Na agenda econômica local, índices de preços ganharam destaque. Foi divulgado o IPC-S (Índice de Preços Consumidor - Semanal) marcando inflação de 0,57% na segunda semana de abril e o IGP-10 (Índice Geral de Preços - 10) apontando 0,70% de inflação no mesmo mês. Já o IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) apontou alta de preços em 0,71%. Foi divulgado também o IBC-Br (Índice Mensal de Atividade do BC) de fevereiro, divulgado pelo Banco Central, mostrando recuo de 0,23% na passagem mensal. Mesmo assim, o FMI elevou a projeção de crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. Por sua vez, o Tesouro Nacional vendeu R$ 3,15 bilhões em bônus denominados em reais com vencimento em 2024.
Economia norte-americana piora
Nos Estados Unidos, o indicador norte-americano de vendas no varejo, os estoques das empresas e o Leading Indicators superaram as estimativas. Já a atividade industrial na região de Nova York, a produção industrial, o Housing Starts, o Initial Claims, o Existing Home Sales e a atividade industrial da Filadélfia vieram pior do que se esperava.
Dólar e Renda Fixa
O dólar comercial registrou alta de 1,6% nesta semana, terminando a R$ 1,8695 na venda.
No mercado de juros futuros da BM&F Bovespa, o contrato de juros de maior liquidez nesta semana, com vencimento em janeiro de 2013, registrou uma taxa de 8,39%, queda de 0,31 ponto percentual no período.
No mercado de títulos da dívida externa brasileira, o Global 40, bônus mais líquido, encerrou cotado 132,27% de seu valor de face, queda de 0,05% na semana.
Já o indicador de risco-País registrou queda de 7 pontos-base na semana, aos 181 pontos.
Confira a agenda da próxima semana
Dentro da agenda para a última semana de abril, as atenções se voltam para a divulgação da primeira prévia do PIB dos EUA, bem como para a reunião do Federal Reserve, com a decisão acerca da taxa básica de juro do país.
No front doméstico, o mercado aguarda a ata do Copom, uma semana após a sua reunião com a definição da taxa de juros. Além disso, o período traz importantes índices de preços e as notas do Banco Central.
Fonte: Infomoney
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