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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Leilão dos aeroportos termina com ágio de até 673%


No total, governo arrecadou R$ 24,5 bilhões, 348% do acima preço mínimo. Invepar, que venceu disputa por Guarulhos, controla o metrô do Rio

O leilão dos aeroportos privatizados nesta segunda-feira terminou com ágio máximo de 673,39%, na oferta de R$ 4,501 bilhões feita pelo grupo Inframerica Aeroportos pela concessão do Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília. O consórcio Invepar venceu a disputa pelo aeroporto de Guarulhos com uma proposta de R$ 16,2 bilhões, ágio de 373,5% sobre o preço mínimo. Já o aeroporto de Viracopos ficou com o grupo Aeroportos Brasil, com valor de R$ 3,821 bilhões e ágio de 159,8%. No total, o governo arrecadou R$ 24,535 bilhões e o ágio médio de 348% sobre os preços mínimos estabelecidos.
O consórcio Invepar, que ganhou Guarulhos, é formado pela brasileira Invepar, uma empresa de investimentos em infraestrutura criada pela construtora OAS e que tem como acionistas os fundos de pensão Funcef (Caixa), Previ (BB) e Petros (Petrobras). A Invepar tem concessão do Metrô do Rio até 2038 e também controla a Lamsa, operadora da Linha Amarela do Rio e é responsável pela concessionária da rodovia Rio-Teresópolis. A Invepar detém 90% do consórcio vencedor de Guarulhos. O restante provém da operadora dos principais aeroportos sul-africanos ACSA. A sul-africana transportou mais de 30 milhões de passageiros no ano passado.
O consórcio Aeroportos Brasil, que levou o aeroporto de Viracopos, é dividido em 45% da Triunfo Participações e Investimentos, empresa brasileira que detém concessões rodoviárias, terminais privativos de portos e hidrelétrica, 45% da UTC participações, que controla a Constran, construtora paulista com longa experiência em obras públicas e mais 10% da Egis Airport Operation, operadora francesa de aeroportos com forte atuação em aeroportos africanos.
Já o Consórcio Inframerica Aeroportos, que ficou com o aeroporto de Brasília, é formado por 50% da Infravix Participações, empresa do grupo Engevix e outros 50% da operadora de aeroportos argentinos Corporación América. A argentina transportou 47 milhões de passageiros em seus aeroportos administrados no ano passado.
O resultado final do leilão de três dos principais aeroportos do país foi comemorado pelo ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt. Segundo ele, o ágio de 348% sobre o valor mínimo da outorga dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília mostrou que o país é um ambiente seguro para o investimento.
— De novo o Brasil deu uma demonstração que é um ambiente seguro de investimento. Ter um certame com tanta disputa mostra isso — afirmou.
O presidente da Invepar que arrematou o aeroporto de Guarulhos, Gustavo Rocha, disse que jogou para ganhar e que fez estudos por 8 meses com mais de 100 pessoas para chegar aos R$ 16,2 bilhões oferecidos. O valor foi tão alto que o aeroporto não teve novos lances.
— Não tenho dúvida que é uma ótima oportunidade de investimento e que vamos entregar aos acionistas e aos usuários o que eles esperam — que estima para entre 2016 e 2017 um movimento de entre 50 e 55 milhões de passageiros em Guarulhos, projeção acima do mercado.
O presidente da Triunfo, Carlo Bottarelli, apesar de reconhecer que as ações de sua empresa caíram 6% após conquistar o aeroporto de Viracopos lembrou que o ágio pago pelo aeroporto foi o menor dentre os três ofertados.
— A dinâmica do leilão mostrou que cada grupo tinha um foco. Num jogo desse tínhamos que dar um winner na entrada. Estamos confiantes.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar até 80% do investimento total previsto no edital do leilão para os três aeroportos. O prazo do empréstimos será de até 15 anos para os terminais de Guarulhos e de Brasília e de até 20 anos no caso de Viracopos.
Em termos nominais, o valor arrecadado com o leilão dos três aeroportos é o maior já registrado R$ 24,5 bilhões. Porém, o maior leilão de privatização já realizado no país ocorreu em 1998 com a venda do Sistema Telebrás - R$ 22 bilhões que, em valores atualizados pelo IPCA, hoje corresponderia a R$ 51,044 bilhões. Em dólares, o valor arrecadado com os três aeroportos é de US$ 14,26 bilhões. Já o da venda do Sistema Telebrás, considerando a taxa de câmbio da época, era de ou US$ 18,91 bilhões.
Para CNI, privatização é “quebra de paradigma”
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou na tarde desta segunda-feira nota de apoio a privatização do aeroportos. A entidade classificou a transferência das operações dos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Viracopos para a iniciativa privada como uma “quebra de paradigma”. Segundo a CNI, o aumento da participação do setor privado na gestão dos serviços é um dos principais caminhos para reduzir o elevado déficit na infraestrutura do país.
“A eliminação desse déficit é decisiva para reduzir os custos das empresas e garantir a competitividade da indústria brasileira", diz o texto.
Ao final, a CNI alerta, no entanto, “que o ideal seria a elaboração de um plano geral de outorgas para os aeroportos, indicando os próximos passos do governo na privatização do setor”
Manifestação esvaziada
Do lado de fora da Bovespa, onde ocorreu o leilão, cerca de 40 sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) protestaram contra a privatização dos aeroportos. A central sindical é contra tirar a Infraero do controle dos aeroportos mais rentáveis do país. A entidade também questiona a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como financiador dos investimentos.
A presença de companhias de fora do Brasil foi uma exigência do edital, ao estabelecer que cada consórcio tivesse um operador que tenha transportado ao menos 5 milhões de passageiros no ano passado.
A estatal Infraero, atualmente responsável pelos aeroportos no Brasil, será sócia dos concessionários privados, com participação de 49% nos terminais.
Os três aeroportos têm prazo de concessão diferentes. São 20 anos para Guarulhos, 25 anos para Brasília e 30 anos para Viracopos.
Além da outorga, os concessionários terão que ceder um percentual da receita bruta ao governo, dinheiro que irá para um fundo cujos recursos serão destinados ao fomento da aviação regional.
Aeroportos privatizados receberão R$ 16 bilhões
Os concessionários que venceram a disputa deverão investir cerca de R$ 16 bilhões nos três aeroportos durante a concessão, sendo cerca de R$ 2,9 bilhões antes da Copa do Mundo de 2014.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os três aeroportos juntos respondem por 30% do trânsito de passageiros no Brasil, por 57% das cargas e por 19% da movimentação de aeronaves.

Fonte: Folha.com 

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