A agência de classificação de risco Standard & Poor's provavelmente reduzirá nas próximas semanas a previsão para o crescimento da economia do Brasil em 2012, segundo Sebastian Briozzo, diretor de Crédito para América Latina da S&P. "O Brasil está testando uma desaceleração econômica mais vigorosa do que estávamos esperando", afirmou Briozzo.
A previsão atual da S&P para o Brasil é de expansão de 2,9% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Segundo Briozzo, a S&P também deverá reduzir a previsão de crescimento da América Latina em 2012, que atualmente é de 4%.
A economia brasileira cresceu 0,8% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado - o ritmo mais fraco desde o terceiro trimestre de 2009, quando houve contração de 1,5%.
Alguns economistas reduziram as projeções para o crescimento do Brasil neste ano e a agência de classificação de risco Fitch afirmou, na semana passada, que cortará sua estimativa para menos de 3%. Em meio à desaceleração econômica, Briozzo destacou que o cenário atual aponta para menos pressões inflacionárias, o que permite que o Banco Central continue cortando a taxa Selic. "Todos os indicadores, internos e externos, sugerem menos pressões inflacionárias. O Banco Central destacou as preocupações com a economia europeia e nós concordamos com isso", disse Briozzo. Apesar da desaceleração, a S&P não tem planos para revisar os ratings soberanos do Brasil.
De acordo com o relatório Focus, divulgado também ontem pelo Banco Central (BC), os analistas esperam que a economia avance 2,53% no acumulado deste ano. Comparado ao registrado na semana passada, houve uma redução da previsão, que era de 2,72%. Com relação a 2013, a expectativa do PIB também recuou, ao passar de 4,50% para 4,30%.
O mercado previu ainda que a inflação alcançará 5,03% ao final de 2012 - com a taxa básica de juros (Selic) a 8% ao ano -, ante 5,15% previstos anteriormente para o IPCA. E no caso de 2013, a estimativa é de que o ano termine em 5,60%, com juros a 9% - queda na comparação com a projeção da semana passada (9,38%).
Fonte: DCI
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