BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu nesta terça-feira que a cotação internacional do barril do petróleo está se mantendo em patamar elevado e pode ser que, futuramente, a Petrobras tenha que subir os preços domésticos da gasolina para reequilibrar suas contas. Neste caso, afirmou o ministro, o governo irá reduzir a Contribuição sobre Intervenção do Domínio Econômico (Cide) para reduzir ao máximo o impacto no preço final cobrado dos consumidores nas bombas.
Perguntado se haveria reajuste da gasolina, Mantega respondeu:
- Não agora. Mas pode ser que, no futuro, a Petrobras tenha que elevar preços da gasolina. Aí regulamos a Cide.
Ele lembrou, porém, que o maior impacto do aumento recente dos combustíveis ocorreu em função do etanol.
Segundo o ministro, com o fim da entressafra da cana-de-açúcar, o valor do etanol deve cair e reduzir a pressão sobre os preços.
- A situação tende a se normalizar a partir de maio - disse o ministro
O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que não há nenhuma decisão tomada a respeito de um possível aumento dos combustíveis nas refinarias.
- Continuamos analisando dentro da visão de política de longo prazo. Nesse minuto, não temos nenhuma posição a respeito - frisou Costa.
Guido Mantega também defendeu que o governo tem o direito de se manifestar sobre os rumos que a Vale, maior empresa privada e exportadora do país, toma em seus negócios, pois controla 60% da mineradora.
No entanto, disse que isso não caracteriza ingerência política no processo de substituição de Roger Agnelli, pois o Bradesco - a quem cabe, por acordo de acionistas, a indicação da presidência da mineradora - teria tomado a decisão de afastar o executivo de forma autônoma, e a União sempre defendeu uma "solução profissional, técnica".
Mantega: Lula manifestou insatisfação com Agnelli
Mantega afirmou aos senadores que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou claramente sua insatisfação com a demissão em massa de trabalhadores logo após o estouro da crise e com o abandono de projetos siderúrgicos, considerados pelo governo estratégicos para o país, mas "o senhor Roger Agnelli simplesmente ignorou, continou fazendo aquilo que achava necessário".
- Não nos esqueçamos de que a Vale tem 60% (fatia nas mãos de acionistas) de Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) e BNDES. O governo tem participação, tem que se preocupar com a empresa, e ela tem que contribuir, sim, para o país - salientou o ministro. - Ela (Vale) tem que ter lucro, remunerar acionistas, ter bases sólidas, porém tem que olhar para os interesses do país.
Mas isso não quer dizer que o governo tenha atuado politicamente para derrubar Agnelli, defendeu Mantega:
- O Bradesco tomou a decisão autonomamente. Talvez tenha havido alguma politização por parte da Vale, e não por parte do governo. Não trouxemos a solução para o nível político, até porque sempre quisemos uma solução profissional, técnica, que me parece que foi o que ocorreu.
O ministro lembrou que a empresa não executou ou atrasou projetos estratégicos, especialmente na área de siderurgia:
- Não escondo o interesse do governo em que a Vale invista em siderurgia e aumente o seu valor agregado. Mas o governo nunca fez nenhuma imposição -ponderou Mantega. - A Vale tinha prometido fazer investimentos no Pará. Não fez, e isso, evidentemente, desagradou ao (ex-)presidente Lula.
Mantega relatou ainda aos senadores outro episódio que desagradou seriamente ao governo, entre o fim de 2008 e o início de 2009, quando a crise financeira internacional produzia seus piores efeitos nas economias global e brasileira:
- Quando começou a crise, o governo disse que ia dar condições para que as empresas não demitissem funcionários, e a Vale, com todo aquele seu poderio, demitiu 1.200 funcionários, fazendo barulho inclusive, fazendo propaganda. Uma empresa onde a folha de pagamento representa nada. O (ex-)presidente Lula, com muita razão, manifestou-se democraticamente. Ele podia ter retaliado a Vale, a Vale é uma concessão; podia ter aumentado impostos. Mas o governo não fez nada disso. O (ex-)presidente Lula usou o chamado jus sperniandi (direito de espernear, de protestar). Não vejo situação mais democrática do que essa: Lula mostrou sua insatisfação, e o senhor Roger Agnelli simplesmente ignorou, continou fazendo aquilo que achava necessário.
Perguntado se haveria reajuste da gasolina, Mantega respondeu:
- Não agora. Mas pode ser que, no futuro, a Petrobras tenha que elevar preços da gasolina. Aí regulamos a Cide.
Ele lembrou, porém, que o maior impacto do aumento recente dos combustíveis ocorreu em função do etanol.
Segundo o ministro, com o fim da entressafra da cana-de-açúcar, o valor do etanol deve cair e reduzir a pressão sobre os preços.
- A situação tende a se normalizar a partir de maio - disse o ministro
O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que não há nenhuma decisão tomada a respeito de um possível aumento dos combustíveis nas refinarias.
- Continuamos analisando dentro da visão de política de longo prazo. Nesse minuto, não temos nenhuma posição a respeito - frisou Costa.
Guido Mantega também defendeu que o governo tem o direito de se manifestar sobre os rumos que a Vale, maior empresa privada e exportadora do país, toma em seus negócios, pois controla 60% da mineradora.
No entanto, disse que isso não caracteriza ingerência política no processo de substituição de Roger Agnelli, pois o Bradesco - a quem cabe, por acordo de acionistas, a indicação da presidência da mineradora - teria tomado a decisão de afastar o executivo de forma autônoma, e a União sempre defendeu uma "solução profissional, técnica".
Mantega: Lula manifestou insatisfação com Agnelli
Mantega afirmou aos senadores que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou claramente sua insatisfação com a demissão em massa de trabalhadores logo após o estouro da crise e com o abandono de projetos siderúrgicos, considerados pelo governo estratégicos para o país, mas "o senhor Roger Agnelli simplesmente ignorou, continou fazendo aquilo que achava necessário".
- Não nos esqueçamos de que a Vale tem 60% (fatia nas mãos de acionistas) de Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) e BNDES. O governo tem participação, tem que se preocupar com a empresa, e ela tem que contribuir, sim, para o país - salientou o ministro. - Ela (Vale) tem que ter lucro, remunerar acionistas, ter bases sólidas, porém tem que olhar para os interesses do país.
Mas isso não quer dizer que o governo tenha atuado politicamente para derrubar Agnelli, defendeu Mantega:
- O Bradesco tomou a decisão autonomamente. Talvez tenha havido alguma politização por parte da Vale, e não por parte do governo. Não trouxemos a solução para o nível político, até porque sempre quisemos uma solução profissional, técnica, que me parece que foi o que ocorreu.
O ministro lembrou que a empresa não executou ou atrasou projetos estratégicos, especialmente na área de siderurgia:
- Não escondo o interesse do governo em que a Vale invista em siderurgia e aumente o seu valor agregado. Mas o governo nunca fez nenhuma imposição -ponderou Mantega. - A Vale tinha prometido fazer investimentos no Pará. Não fez, e isso, evidentemente, desagradou ao (ex-)presidente Lula.
Mantega relatou ainda aos senadores outro episódio que desagradou seriamente ao governo, entre o fim de 2008 e o início de 2009, quando a crise financeira internacional produzia seus piores efeitos nas economias global e brasileira:
- Quando começou a crise, o governo disse que ia dar condições para que as empresas não demitissem funcionários, e a Vale, com todo aquele seu poderio, demitiu 1.200 funcionários, fazendo barulho inclusive, fazendo propaganda. Uma empresa onde a folha de pagamento representa nada. O (ex-)presidente Lula, com muita razão, manifestou-se democraticamente. Ele podia ter retaliado a Vale, a Vale é uma concessão; podia ter aumentado impostos. Mas o governo não fez nada disso. O (ex-)presidente Lula usou o chamado jus sperniandi (direito de espernear, de protestar). Não vejo situação mais democrática do que essa: Lula mostrou sua insatisfação, e o senhor Roger Agnelli simplesmente ignorou, continou fazendo aquilo que achava necessário.
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