Os riscos para as ações do setor elétrico continuam altos, mas as perdas de 15% do Índice de Energia Elétrica (IEE) que reúne 15 papéis do segmento, entre 20 de agosto e 20 setembro, com as expectativas de medidas e o anúncio do programa de revisão das concessões do setor pelo governo federal, começam a ser recuperadas.
Na última sexta-feira, na Bolsa de Valores de São Paulo, o papel PN da Companhia de Transmissão Paulista (CTEEP), uma das mais afetadas com o pacote, registrou o melhor desempenho dentro do Ibovespa, com alta de 7,70%, para R$ 36,20.
Na avaliação de executivos de finanças, as distribuidoras de energia elétrica devem manter suas receitas a partir de 2013, quando começa a vigorar o programa de renovação de concessões do governo federal. "De cada R$ 100 numa conta, apenas R$ 16 ficam com as distribuidoras. Com a queda dos preços da energia deverá ter um pequeno aumento do volume e a redução da inadimplência", avaliou o diretor-financeiro da AES Brasil, Rinaldo Pecchio, ao participar do Congresso Nacional de Executivos de Finanças, realizado na sexta-feira, em São Paulo.
Mas quanto às geradoras de energia, Pecchio destacou que as regras a serem detalhadas pelo governo federal ainda não estão claras. "De modo geral, temos energia contratada até 2015, mas depois desse período, vemos uma diminuição dos custos", assegurou. Segundo o diretor, as empresas do grupo AES Brasil vão continuar fazendo investimentos independentemente de saber como ficará o programa de concessões.
O executivo disse que sua companhia ainda não observa a necessidade de emitir debêntures de infraestrutura para novos projetos. "Temos interesse, mas no momento, não definimos nenhuma demanda pela colocação dos títulos", afirmou.
Copa e Olimpíada
No congresso, os executivos de finanças destacaram a necessidade de concretizar os investimentos para a realização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016.
O diretor-financeiro da Telefônica Vivo, Gilmar Camurra, falou da importância do mercado de capitais para viabilizar financiamentos compatíveis com as taxas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Temos investimentos previstos em rede 4G [quarta geração] e em backbones [redes]", citou. Ele também falou do desafio de manter os talentos da área financeira.
Para o vice-presidente-financeiro da TAM, Daniel Levy, o compromisso com os eventos esportivos também já está exigindo investimentos e a capacidade de emitir dívidas. "Desde a fusão com a Lan, temos um poder de alavancagem maior, e vamos renovar 10% da nossa frota até as Olímpiadas", disse Levy.
Fonte: DCI
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